Educação e Adaptação Climática: Como Escolas e Setor Privado Estão Transformando o Futuro

Painel na COP30 destaca o papel da educação na adaptação climática, com foco em escolas resilientes e programas inovadores que unem educação e natureza.

Um painel realizado na Green Zone da COP30, na última sexta-feira, 14, abordou o papel crucial da educação nas estratégias de adaptação e resiliência climática. O evento, intitulado “Redes de Educação no Centro das Estratégias de Adaptação e Resiliência”, apresentou experiências práticas sobre como a educação pode responder à crise climática, com foco na adaptação e na construção de comunidades escolares mais preparadas. O Governo do Pará apresentou exemplos de reconstrução da rede estadual e o Guia para Elaboração de Planos de Contingência Escolares para Eventos Climáticos (Plancon Escolar), desenvolvido pela Seduc com apoio do Instituto Alana e assessoria técnica do Vozes da Educação. A secretária de Educação, Raquel Teixeira, enfatizou a importância do trabalho colaborativo, destacando que o projeto é “feito para as escolas, mas principalmente com as escolas”, que assumem um papel central na criação de seus próprios protocolos de segurança e adaptação. Renata Ruggiero, presidente do Instituto Motiva, também participou do debate, ressaltando o crescimento de programas que integram a educação com a natureza como uma estratégia eficaz de adaptação climática. O Instituto Motiva redefiniu sua atuação com base em três pilares principais: soluções sustentáveis, inclusão social e qualidade de vida. Ruggiero afirmou que o objetivo é ser um agente impulsionador de cidades e comunidades mais resilientes e igualitárias

. Ela explicou que o instituto já mantinha o programa Caminhos para a Cidadania, voltado para a educação no trânsito, mas a evolução dos desafios exigiu uma mudança de abordagem. Após um mapeamento completo das necessidades e ofertas educacionais, o instituto identificou uma lacuna: a necessidade de trabalhar a educação baseada na natureza. Ruggiero mencionou os impactos dos riscos climáticos, como as enchentes de 2024 no Rio Grande do Sul, e a importância de estar preparado para lidar com essas situações. A partir desse diagnóstico, o programa evoluiu para o Escolas Baseadas na Natureza, que hoje está presente em 950 municípios e já formou mais de 20 mil educadores. O programa Escolas Baseadas na Natureza oferece um ciclo formativo em três etapas: sensibilização dos educadores para a aproximação com a natureza, capacitação em metodologias ativas e formação de jovens protagonistas. O programa também promove o Prêmio Escolas Baseadas na Natureza, que recebeu mais de 200 inscrições de projetos de naturalização de espaços escolares. As escolas selecionadas podem receber até R$ 100 mil para implementar os projetos, além de apoio pedagógico e consultoria em arquitetura sustentável. Além de Renata Ruggiero e Raquel Teixeira, o painel contou com a participação de Carolina Campos (Vozes da Educação), Laís Fleury (Instituto Alana) e Endell Oliveira (Instituto Ânima). A repórter viajou a convite da Motiva, idealizadora da Coalizão pela Descarbonização dos Transportes.

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