Urgente! STF e Urnas Sob Ataque: Desinformação no WhatsApp Atinge Níveis Alarmantes

Relatório revela a disseminação de fake news sobre o STF e fraudes eleitorais em grupos do WhatsApp. Entenda como a desinformação está moldando a opinião pública e afetando a democracia.

Narrativas sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) e teorias conspiratórias envolvendo fraudes nas urnas eletrônicas são as principais desinformações que circulam em grupos públicos do WhatsApp no Brasil, de acordo com um relatório divulgado pela agência de checagem Lupa. O estudo, intitulado "O Brasil do Zap", analisou um ano de conversas em mais de 100 mil grupos públicos do aplicativo, entre julho de 2024 e julho de 2025. O ministro Alexandre de Moraes é um dos alvos prediletos dos ataques, sendo chamado de "aLEIxandre", "imperialista com vestes de Deus" e "assessor do diabo". O ministro Gilmar Mendes também é alvo, apelidado de "Laxante" por supostamente soltar criminosos. O relatório aponta que a narrativa central é a de que o Judiciário age para perseguir adversários e manipular a democracia, promovendo a censura e instaurando uma ditadura. Os pesquisadores reuniram 10.351 conteúdos, com 9.163 pedidos de checagem recebidos pela Lupa, 468 verificações publicadas por agências de fact-checking e 720 mensagens encaminhadas com frequência em grupos públicos monitorados pela Palver. Essas 720 mensagens representam uma amostra aleatória de 244 mil conteúdos marcados como "encaminhados com frequência" no aplicativo, desconsiderando cerca de 80% de mensagens virais de natureza sensível. O STF foi o principal tema identificado entre as mensagens de desinformação analisadas. Conteúdos que disseminam teorias sobre fraude eleitoral, tentativas de minimizar

os ataques de 8 de janeiro de 2023 e publicações que acusam a corte de agir por motivações políticas são comuns. O período de campanha eleitoral em 2024 concentrou o pico de circulação dessas mensagens. Dos 468 conteúdos comprovadamente falsos que circulavam no WhatsApp, 133 eram sobre política nacional, e a maioria das notícias que não eram sobre o Brasil tratava da Venezuela e dos Estados Unidos. As publicações que mais motivaram pedidos de checagem foram as relacionadas a políticas públicas e benefícios sociais. O pico ocorreu durante a chamada "crise do Pix", quando o governo Lula revogou uma normativa da Receita Federal sobre monitoramento de transações financeiras. Janeiro de 2025 registrou um pico de 1.171 pedidos de checagem à Lupa, mais do que o dobro da média de outros meses. A medida, que visava combater sonegação fiscal, foi distorcida nas redes sociais e transformada em uma suposta ameaça de taxação do sistema de pagamentos. Um dos principais conteúdos nesse contexto foi um vídeo publicado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). Beatriz Farrugia, analista da Lupa, afirmou que "O que mais viraliza é o STF, mas o que mais gera dúvida é o que impacta no bolso da pessoa", durante o evento de lançamento do estudo na Faap, em São Paulo. O relatório também mostra que grupos de direita mantêm uma estrutura mais ampla para engajar e distribuir conteúdo no WhatsApp do que os de esquerda. Segundo o estudo, eles foram quase sete vezes mais numerosos e concentraram a maior parte das mensagens virais encaminhadas. O vídeo é o formato predominante entre os conteúdos virais, seguido por áudios e textos. Luis Fakhouri, fundador da Palver e colunista da Folha, observou que os 80% de conteúdos virais detectados como sensíveis apareciam mesmo com a empresa saindo proativamente de grupos dedicados a esse tipo de material. "O que significa que esses conteúdos circulam em grupos que não são de pornografia, como os de política ou de entregadores. É muito chocante", afirmou. O evento também contou com a presença de Natalia Leal, CEO da Lupa, Amaralina Xavier, gerente sênior de programas para a América Latina e o Caribe da Meeda, e Edilamar Galvão, coordenadora do curso de jornalismo da Faap. O relatório também aponta que o uso de inteligência artificial ainda é limitado na criação de desinformação que circula no aplicativo: apenas 7% dos conteúdos falsos analisados usavam IA, principalmente em golpes e fraudes digitais. Dentro desse grupo, o uso se concentrou em deepfakes de figuras como Drauzio Varella para promover tratamentos e medicamentos falsos, e ataques políticos. Foram identificadas imagens artificialmente geradas do presidente Lula com a cabeça enfaixada; de um beijo entre o petista e o ministro do STF Alexandre de Moraes; e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fazendo um falso anúncio sobre novos impostos.

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