Urgente! Sócrates Acusa Tribunal de Intervir Ilegalmente em Processo e Exige Esclarecimentos

, que é o principal arguido na 'Operação Marquês', solicitou ao tribunal que lhe seja enviado o referido esclarecimento prestado ao CSM, 'bem como toda a correspondência anterior (ou interações orais) entre o tribunal e o Conselho', com o objetivo de garantir a 'publicidade do processo'. Na extensa exposição enviada a Susana Seca, Sócrates também criticou a juíza presidente por ter qualificado como 'manobras dilatórias' a renúncia de seu advogado, Pedro Delille, desde o início do processo, afirmando que ele próprio foi o maior prejudicado com essa decisão. 'Sou alheio à decisão do meu advogado, que me acompanhou ao longo deste penoso e infamante processo', declarou Sócrates. 'Perco, com a saída do meu advogado, um conhecimento inigualável do processo, que é difícil substituir. Ele e a senhora juíza saberão melhor o que terá ocorrido dentro daquela sala de audiências para motivar tal atitude. Mas não há, para mim, qualquer dúvida do seguinte: o principal penalizado pelo ocorrido sou eu. Para mim, nada disto é uma brincadeira', acrescentou. O antigo governante mostrou-se ciente de que suas alegações decorrem do tempo que o novo advogado precisará para se inteirar do processo, um dos mais longos da história judicial portuguesa, e garantiu: 'Tudo farei para escolher um advogado que tenha condições para iniciar a minha defesa o mais rápido possível'. Em 11 de novembro, o tribunal informou que os crimes de corrupção imputados a Sócrates e a outros três arguidos, relacionados ao financiamento da Caixa Geral de Depósitos (CGD) a Vale do Lobo, poderiam prescrever no primeiro semestre de 2026. O Ministério Público acredita que Sócrates (2005-2011) e o ex-ministro socialista e ex-administrador da CGD, Armando Vara, foram subornados em dois milhões de euros por Rui Horta e Costa e Diogo Gaspar Ferreira para beneficiar o 'resort' algarvio a partir de 2006. A acusação baseia-se na alegação de que Vara foi nomeado para a administração da CGD por indicação de Sócrates no final de 2005. O crédito concedido a Vale do Lobo ultrapassou 200 milhões de euros e foi posteriormente considerado ruinoso. O ex-governante e os dois ex-administradores de Vale do Lobo negaram as acusações durante o julgamento, enquanto Armando Vara optou por permanecer em silêncio. No total, José Sócrates, com 68 anos, responde por 22 crimes: três de corrupção, 13 de branqueamento de capitais e seis de fraude fiscal qualificada. O processo envolve 21 arguidos, que, em geral, negam os 117 crimes económico-financeiros que lhes são imputados. O julgamento, que teve início em 3 de julho no Tribunal Central Criminal de Lisboa, foi interrompido até pelo menos 4 de dezembro, com mais de cem testemunhas ainda por serem ouvidas.