Urgente! Donas de Almaraz Lutam para Manter Nuclear Aberta até 2030: O Que Está em Jogo?

As empresas que controlam a central nuclear de Almaraz solicitaram a extensão da sua vida útil até 2030. Endesa, Iberdrola e Naturgy, as principais acionistas, desejam que os dois reatores continuem em operação por mais anos, argumentando que cortes fiscais tornam a manutenção da central economicamente vantajosa. A central está situada a cerca de 175 km de Portalegre ou 160 km de Castelo Branco, as cidades portuguesas mais próximas. O encerramento das centrais nucleares em Espanha tem sido um tema central na política do país vizinho. Enquanto o governo do PSOE defende o encerramento, a oposição tem defendido a sua manutenção, especialmente após o apagão ibérico de 28 de abril. A Iberdrola detém a maior participação, com 53%, seguida pela Endesa e Naturgy, cada uma com 36%. As empresas afirmam que a central é crucial para a estabilidade da rede elétrica, controlando a tensão no sul do país, uma área com alta penetração de energias renováveis. O apagão ibérico de 28 de abril teve origem nesta região. Outros argumentos apresentados à CNMC, o regulador de energia, incluem a redução das emissões de CO2, conforme reportado pelo "El Economista". A Red Eléctrica já enfatizou a importância de "garantir o abastecimento e a segurança do sistema" e avaliará os riscos do encerramento das centrais nucleares. O setor energético espanhol está em compasso de espera. Se o governo não tomar medidas até o final de outubro, as empresas elétricas terão

que apresentar a documentação necessária para o encerramento do reator 1 de Almaraz. O governo espanhol declarou que os contribuintes não podem mais "continuar a pagar" a continuidade da central nuclear de Almaraz. José Luis Quintana, delegado do governo na comunidade da Extremadura, confirmou que a intenção é avançar com o encerramento da central. O encerramento da central nuclear espanhola próxima a Portugal levanta questões sobre os resíduos radioativos. Há um passivo de resíduos radioativos no local, com duração de milhares de anos, que exigirá uma solução permanente por parte da empresa e do governo espanhol, gerando custos significativos, o que pode afetar Portugal devido à proximidade da central. Este encerramento faz parte do plano gradual do governo espanhol para encerrar as centrais nucleares, com os custos operacionais a tornarem-se menos competitivos no mercado ibérico devido ao aumento da capacidade renovável e de armazenamento, e este plano deve ser reforçado na componente da segurança da rede elétrica, conforme disse o vice-presidente do GEOTA e investigador em energia e clima no CENSE NOVA-FCT. Atualmente, os resíduos estão armazenados temporariamente perto da central há décadas, necessitando de uma solução de armazenamento a longo prazo, em linha com o desmantelamento e descontaminação da própria central. Após o desmantelamento da central, os resíduos terão que ser transferidos para outro local de armazenamento temporário, que o governo espanhol está a planear. A solução a longo prazo para os resíduos, que permanecem radioativos por milhares de anos, é o armazenamento geológico profundo, mas o governo espanhol ainda não avançou com essa infraestrutura, segundo Miguel Macias Sequeira. Após a remoção dos resíduos e o desmantelamento da central, a descontaminação do local será um processo caro e demorado antes que o território possa ser usado para outros fins.

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