Urgências em Portugal: A Procura Dispara e a População Recorre Sem Necessidade?

A procura por serviços de urgência em Portugal excede em mais do que o dobro a média da OCDE, conforme revelado por um estudo recente. Entre 2022 e junho de 2024, foram registados quase 16 milhões de atendimentos, um dado alarmante. A informação foi divulgada pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS), que analisou o acesso às urgências do Serviço Nacional de Saúde (SNS). O estudo indica que o recurso às urgências se manteve relativamente estável ao longo dos cinco semestres analisados. António Luz Pereira, vice-presidente da Associação de Medicina Familiar, aponta diversas causas para esta situação. Em declarações à Renascença, Pereira enfatiza a necessidade de melhorar a literacia dos portugueses, que frequentemente procuram as urgências sem real necessidade. Ele observa que muitos casos poderiam ser resolvidos de outras formas, evitando a sobrecarga dos serviços. Além disso, o envelhecimento da população portuguesa, com uma elevada taxa na Europa, contribui para o aumento da procura, devido à maior incidência de doenças. A falta de médicos de família para muitos portugueses também agrava o problema. Pereira considera que os números não são surpreendentes e defende o reforço dos profissionais nos cuidados de saúde primários, algo que, segundo ele, não tem acontecido. O estudo também revelou que, em 2024, 95,4% da população de Portugal continental residia a menos de 60 minutos de uma urgência com atendimento geral e pediátrico. No caso