Protestos Urgem UE a Romper Relações com Israel em Meio a Cesse-Fogo em Gaza: O Que Aconteceu?

Manifestantes acampam em frente à sede da Comissão Europeia, pedindo o fim da cooperação da UE com Israel e sanções. Saiba mais sobre as exigências e a resposta da União Europeia.

Um grupo de manifestantes realizou um protesto durante a noite em frente à sede da Comissão Europeia em Bruxelas, na segunda-feira. Eles pediram à União Europeia que não normalizasse as relações com Israel e continuasse a pressionar Tel Aviv em meio ao cessar-fogo em Gaza. Conforme relatado pela Anadolu, os manifestantes levaram sacos de dormir e guarda-chuvas, permanecendo em frente ao edifício da Comissão Europeia durante a noite. Eles exigiram que a União Europeia suspendesse o acordo de associação com Israel e o responsabilizasse por supostos crimes humanitários em Gaza. A polícia interveio várias vezes quando os manifestantes exibiram faixas com as frases "Estamos aqui há 25 horas sem parar" e "Fim da cumplicidade da UE". A porta-voz do protesto e ativista, Laura Sullivan, afirmou que o protesto visava impulsionar a União Europeia a tomar medidas mais fortes contra Israel. "O objetivo do protesto é fazer com que a UE encerre o Acordo de Associação UE-Israel, também conhecido como acordo comercial", disse ela. Sullivan avaliou que o atual cessar-fogo em Gaza ainda é muito parcial. "É apenas a primeira etapa. Não houve justiça para o genocídio e, em tudo isso, a questão é: o que a União Europeia vai fazer?", questionou. A Comissão Europeia, após quase dois anos de silêncio sobre a guerra genocida de Israel em Gaza, propôs sanções direcionadas ao governo israelense e a dois de seus ministros linha-dura, Itamar Ben-Gvir e Bezalel Smotrich

, em 10 de setembro. As medidas incluem a suspensão de certas disposições do Acordo de Associação UE-Israel, restrições à circulação de mercadorias e a imposição de direitos aduaneiros sobre produtos israelenses. A proposta também inclui sanções contra indivíduos envolvidos na ocupação dos territórios palestinos e ainda requer a aprovação da maioria dos estados membros da UE. No entanto, de acordo com um relatório da Al Jazeera, o projeto não recebeu apoio suficiente dos 27 países membros da UE para ser ratificado. A Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Kaja Kallas, instou os estados membros a aumentar as tarifas sobre alguns produtos israelenses e impor sanções a 10 líderes do Hamas, colonos israelenses envolvidos em violência e dois ministros israelenses, Ben-Gvir e Smotrich. A Comissão Europeia também afirmou que suspenderia temporariamente o apoio bilateral a Israel, exceto para organizações da sociedade civil e Yad Vashem, o Centro Mundial de Memória do Holocausto. A declaração da Comissão mencionou que as ações do governo israelense violam os princípios dos direitos humanos e da democracia que fundamentam o acordo. As violações, observaram, estão relacionadas ao agravamento da situação humanitária em Gaza, ao bloqueio de ajuda e à expansão de assentamentos na Cisjordânia. Os líderes europeus deverão discutir a posição do bloco sobre Israel e Gaza em uma reunião em 23 de outubro.

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