Hulk do PCC Preso: Descubra os Segredos da Operação Financeira e de Combustível

Ygor Daniel Zago, o Hulk, foi preso em Portugal por envolvimento com o PCC. Entenda como ele comandava a adulteração de combustíveis e a lavagem de dinheiro.

Ygor Daniel Zago, conhecido como Hulk, foi preso na Europa, em Portugal, por envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC). A prisão ocorreu a pedido da Justiça de São Paulo, que investiga Zago por adulteração de combustíveis e lavagem de dinheiro. Ele estava na lista vermelha da Interpol. Hulk é apontado como o principal articulador do núcleo do PCC responsável por fraudar combustíveis e lavar dinheiro através de empresas de fachada. A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público de São Paulo (MPSP) investigam o caso. Zago, também conhecido como Pitoco, estava foragido na Europa com sua esposa, Fernanda Ferrari Zago, desde maio deste ano. A defesa não foi localizada, mas o espaço permanece aberto para manifestações. Relatórios da PF revelam que Hulk supervisionava valores, autorizava pagamentos e mantinha contato direto com operadores do esquema no Brasil. Hulk é considerado o líder da célula logística e financeira do PCC. A quadrilha adulterava etanol e gasolina com metanol, uma substância mais barata e proibida para uso como combustível, além de diluir com água e fraudar bombas para entregar menos combustível do que o registrado. Para burlar fiscalizações, os postos utilizavam tanques duplos. O grupo usava códigos internos para esconder os crimes: “pesado” para combustível com metanol, “hidratado” para combustível diluído com água, e “game” para a fraude na entrega. O inquérito da PF mostra que Zago era um elo entre

as ordens do alto comando do PCC e a execução das fraudes. Ele dava a palavra final sobre pagamentos, volumes de metanol e ajustes nas práticas de adulteração. Em uma troca de mensagens, ele autorizou o repasse de “mais R$ 120 mil na conta” de um posto de combustíveis. Zago também tinha interferência direta no dia a dia dos postos, solicitando atualizações sobre tanques, qualidade do combustível e saída de carregamentos. Ele definia os limites quando havia dúvidas sobre a qualidade da mistura, especialmente em relação ao metanol. A relação de Zago com Sérgio Dias da Silva, o Serginho, é descrita pela PF como integrantes do núcleo de liderança da célula do PCC. Serginho conduzia negociações e articulações externas, enquanto Zago garantia o funcionamento financeiro e a manutenção das fraudes. A investigação aponta que Zago era essencial na lavagem de dinheiro do grupo, definindo pagamentos feitos por empresas de fachada. A S4 Administração transferiu mais de R$ 1,2 milhão para Fernanda Ferrari Zago. A Stein Transportes funcionava como elo entre postos abastecidos com combustível adulterado e fornecedores de metanol. A movimentação financeira era intensa, com repasses internos e pagamentos indiretos autorizados por Zago. Zago também tratava de acertos de contas com grupos paralelos, incluindo os Irmãos D’mico, fornecedores de metanol. Em um caso, ele solicitou o pagamento de uma diferença de R$ 50 mil a uma empresa de transportes. A PF observou que ele era o responsável por regularizar pendências com fornecedores do insumo usado na adulteração.

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