Crise na Agricultura: Produção de Milho Desaba 75% em Cabo Verde! Entenda o Impacto

Queda drástica na produção agrícola em Cabo Verde preocupa. Saiba os desafios enfrentados e as medidas para mitigar os efeitos da crise, com foco em adaptação climática e apoio aos agricultores.

Dados preliminares divulgados no Ministério da Agricultura e Ambiente revelam uma campanha agrícola desfavorável, com uma produção de milho estimada em 1.074 toneladas. Este número representa uma queda significativa em comparação com as aproximadamente 4.900 toneladas produzidas no ano anterior, conforme informou Celestino Tavares, coordenador do grupo de trabalho responsável pela avaliação da campanha agrícola. Apesar da importância da produção, Tavares ressalta que, mesmo em anos favoráveis, a produção nacional cobre apenas cerca de 10% das necessidades alimentares dos cabo-verdianos, evidenciando a dependência do país em relação às importações de milho e feijão. Diante das mudanças climáticas, Tavares enfatiza a necessidade de investir em sementes e variedades mais adequadas ao clima local, buscando alternativas mais produtivas e adaptadas ao ciclo das chuvas. O Ministério da Agricultura e Ambiente está implementando ações para modernizar a agricultura, incluindo programas de irrigação por gotejamento e incentivo a culturas protegidas, que aumentam a produtividade em áreas menores. O programa de irrigação por gotejamento oferece apoio financeiro, cobrindo cerca de 50% dos custos, até uma área de dois mil metros quadrados. Cada agricultor pode solicitar financiamento para metade dos materiais necessários. Tavares destaca os desafios da agricultura em Cabo Verde, como a escassez de água e solo fértil. A área cultivada em regime de sequeiro

é de apenas 12 mil hectares, em um país com 4.033 quilómetros quadrados, sendo a disponibilidade de solo um fator limitante para o desenvolvimento agrícola. A produção de feijão também enfrenta dificuldades, com uma estimativa de 1.168 toneladas para este ano, em comparação com as 6 mil toneladas de 2024. A produção de pasto apresentou boa produtividade em áreas altas e intermediárias, enquanto nas zonas costeiras, em estratos áridos e semiáridos, a produção foi fraca ou quase nula. Em relação à água para horticultura, a situação é considerada mediana. Embora não tenha havido escoamento superficial significativo na ilha de Santiago, a recarga dos furos está normal e há disponibilidade de água em algumas barragens, segundo a Agência Nacional de Água e Saneamento. Tavares avalia que, mesmo com possíveis chuvas no semestre, o cenário produtivo não mudará para as culturas de ciclo curto, como milho e feijão, que já foram colhidas. As chuvas seriam benéficas para os feijões de ciclo longo e para a horticultura. Com base nos resultados, a equipe elaborou recomendações para os serviços centrais e autoridades, visando mitigar os efeitos negativos da campanha agrícola. As recomendações incluem o uso consciente da água das barragens e assistência técnica aos agricultores. Outra recomendação é promover a coleta e conservação de pastos e continuar a luta biológica contra pragas, especialmente em culturas de sequeiro, onde a luta química é dificultada. A avaliação final da campanha agrícola está prevista para março do próximo ano.

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