Em Islamabad, no dia 15 de outubro, o Pakistan Institute of Development Economics (PIDE), em colaboração com RASTA (PIDE & Planning Commission Competitive Research Grants), realizou um webinar crucial. O evento, intitulado “Programas de Reforma sob Empréstimos Políticos no Setor de Energia e Administração Tributária”, contou com a participação de especialistas renomados. Dr. Mahmood Khalid, Economista Sênior de Pesquisa do PIDE, e Afia Malik, também Economista Sênior do PIDE, apresentaram suas análises, enquanto Dr. Ali Salman, CEO do Policy Research Institute of Market Economy (PRIME), moderou a sessão, conforme um comunicado de imprensa. Dr. Ali Salman iniciou a discussão enfatizando a necessidade de avaliar os programas de reforma do Paquistão, implementados sob empréstimos de parceiros multilaterais de desenvolvimento. Ele observou que, embora esses empréstimos tenham moldado a agenda de reforma fiscal e energética do país por décadas, sua eficácia e sustentabilidade a longo prazo exigem uma reavaliação cuidadosa por meio de pesquisa local e diálogo baseado em evidências.
Dr. Mahmood Khalid, ao apresentar suas descobertas sobre “Empréstimos Políticos para Mobilização de Receitas”, revelou que a relação imposto/PIB do Paquistão diminuiu de 10,1% em 2023 para 9,6% em 2024, em comparação com a média da OCDE de 34%. Além disso, os pagamentos de juros consomem mais de 75% das receitas fiscais totais. Ele analisou iniciativas importantes
financiadas por doadores, como TARP (2004–2010), TAGR (2015–2019) e o Projeto de Arrecadação de Receitas do Paquistão (PRR, 2019–em andamento), observando que, apesar do financiamento substancial, seus resultados foram limitados e, muitas vezes, de curta duração. Dr. Khalid destacou que apenas 2,4% da população declara impostos, com 55% dos contribuintes sendo contribuintes com imposto zero, e 3,3% dos contribuintes contribuindo com 90% da receita total do imposto de renda, refletindo um sistema dependente de uma base estreita. Ele enfatizou que os esforços de digitalização, como Asaan Tax, Maloomat TaxRay e Track & Trace, melhoraram o acesso, mas não a conformidade. Ele ressaltou que a verdadeira reforma exige autonomia institucional, incentivos à aplicação e uma política fiscal coerente, em vez de apenas atualizações tecnológicas.
Afia Malik, em sua apresentação sobre “Empréstimos Políticos e Reformas no Setor de Energia”, analisou quatro programas de empréstimo concluídos desde 1994, que visavam reestruturar e melhorar a eficiência no setor de energia do Paquistão. Ela explicou que, embora esses empréstimos tenham como alvo a melhoria da governança, a viabilidade financeira e a participação do setor privado, sua implementação não conseguiu alcançar a independência comercial ou a eficiência. Os esforços de privatização, como os da KAPCO e da K-Electric, apresentaram resultados mistos, com melhorias na governança corporativa compensadas por ineficiências persistentes e distorções tarifárias. Malik observou que a dívida circular surgiu após 2006, um problema inexistente antes dessas reformas, e continua a crescer, apesar dos repetidos planos de gestão da dívida. Ela também apontou que os empréstimos políticos incentivaram a introdução de usinas de energia baseadas em RLNG, aumentando a dependência do país em combustíveis importados e elevando os custos de produção. Embora projetos de energia renovável tenham sido financiados, muitos permanecem subutilizados devido à falta de infraestrutura de transmissão. A separação da WAPDA e a criação de várias entidades, em vez de melhorar a coordenação, levaram a maior fragmentação, maiores custos administrativos e supervisão regulatória fraca. Malik enfatizou que o projeto tarifário permanece desatualizado, uniforme em todas as regiões e desvinculado dos custos reais, minando a sustentabilidade do setor.
“Apesar de décadas de reformas e bilhões em financiamento, o setor de energia agora é mais fragmentado, ineficiente e caro, com os consumidores arcando com o ônus por meio de tarifas mais altas e fornecimento instável”, concluiu Malik. Resumindo a discussão, Dr. Ali Salman destacou que os repetidos ciclos de reforma do Paquistão sob a orientação de doadores apontam para um desafio mais profundo de governança e propriedade. Ele pediu reformas que sejam locais, específicas ao contexto e ancoradas institucionalmente, enfatizando que o progresso sustentável exige o alinhamento de incentivos, o fortalecimento da responsabilidade e a construção da capacidade política interna, em vez de depender de estruturas projetadas externamente.
📝 Sobre este conteúdo
Esta matéria foi adaptada e reescrita pela equipe editorial do TudoAquiUSA
com base em reportagem publicada em
App
. O texto foi modificado para melhor atender nosso público, mantendo a precisão
factual.
Veja o artigo original aqui.
0 Comentários
Entre para comentar
Use sua conta Google para participar da discussão.
Política de Privacidade
Carregando comentários...
Escolha seus interesses
Receba notificações personalizadas