China Choca o Mundo na Pré-COP: Novo Compromisso Climático Deixa Superpotências Para Trás!

Pré-COP30: China reforça metas climáticas ambiciosas, enquanto EUA se ausentam e UE adia compromisso. Marina Silva cobra financiamento para proteção ambiental.

Nas reuniões preparatórias para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), a China se destacou ao apresentar a sinalização ambiental mais forte entre as grandes potências. De acordo com fontes que acompanharam os diálogos da pré-COP em Brasília, a China, liderada por Xi Jinping, reafirmou sua intenção de adotar metas ainda mais ambiciosas em sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC). Essa postura chinesa contrastou com a abordagem das demais superpotências. Os Estados Unidos, por exemplo, não enviaram representantes para as discussões preliminares e não se manifestaram sobre o envio de delegados para a COP em Belém, o que representa uma escalada após a saída do país do Acordo de Paris durante o governo Donald Trump. A União Europeia, apesar de presente na pré-COP e com presença garantida em Belém, ainda não apresentou sua NDC, um compromisso ambiental que cada país assume de acordo com suas condições, tendo já perdido o prazo duas vezes. Espera-se que o bloco apresente sua contribuição até o final de outubro. A China, por sua vez, já apresentou duas NDCs. A primeira foi considerada insuficiente, levando a superpotência a revisar o documento. A versão atual prevê a neutralidade de carbono até 2060 e a pesquisa e implementação de um plano para controlar outros gases de efeito estufa. Há expectativa de uma nova mudança até a COP30, que ocorrerá em novembro em Belém (PA), visando estabelecer metas mais

ambiciosas. Tradicionalmente, Pequim estabelece objetivos mais modestos para superá-los sem dificuldades e obter resultados positivos. De acordo com interlocutores, não houve tempo para discutir o financiamento climático. Em seu discurso, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, cobrou investimentos no Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) e no programa Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+). A ministra Marina Silva enfatizou a necessidade de investimentos durante o primeiro dia da pré-COP30. Ela ressaltou que os recursos destinados à proteção ambiental estão muito abaixo do necessário, estimando uma necessidade anual de US$ 282 bilhões, enquanto apenas um quarto desse valor está disponível atualmente. Ela defendeu a mobilização de um conjunto de ações concretas de financiamento para a natureza, destacando que não se trata de doação, mas de investimento. A ministra discursou na abertura da plenária “Implementando o Balanço Global: Clima e Natureza”, com a participação de representantes de 66 países e da União Europeia, incluindo ministros, embaixadores e secretários. Marina explicou que o TFFF busca garantir fluxos financeiros contínuos para proteger a natureza e remunerar os serviços ecossistêmicos, valorizando o papel dos povos indígenas e comunidades tradicionais. Quando estiver em operação, o fundo poderá gerar cerca de US$ 4 bilhões por ano, quase três vezes o volume atual de financiamento internacional para florestas. A COP29, em Baku (Azerbaijão), estabeleceu o acordo de que o financiamento para países em desenvolvimento deveria atingir US$ 1,3 trilhão por ano até 2035. Espera-se que a COP30 no Brasil seja reconhecida como a “COP da implementação”, onde serão definidos os mecanismos para alcançar essa meta. Foi apresentado um panorama das propostas de soluções para o financiamento, visando atingir a meta de US$ 1,3 trilhão, com menções à criação de “espaço fiscal”, “combate ao endividamento dos países”, mobilização de financiamentos privados e a criação de um “catálogo online” para identificar áreas prioritárias para financiamento. Apesar da apresentação, os países não puderam debater o financiamento, com ressalvas sobre a retomada do assunto no dia seguinte, que contava com outros temas na agenda.

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