Bomba no Transporte de Salvador: Mudança nos Ônibus 'Amarelinhos' Ameaça Conforto e Acessibilidade?

Empréstimo milionário para renovar frota gera debate! STEC teme novos modelos e impacto nos passageiros, especialmente pessoas com deficiência. Entenda!

Aprovado na Câmara Municipal de Salvador, um projeto de lei que autoriza um empréstimo de R$ 95 milhões abriu um novo capítulo sobre o futuro do transporte complementar na capital baiana. O recurso, vindo do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), tem como objetivo a renovação completa da frota do Subsistema de Transporte Especial Complementar (STEC), os conhecidos "amarelinhos". No entanto, a definição sobre o modelo dos novos veículos pode gerar divergências entre a prefeitura e o sindicato que representa o setor. De acordo com informações, a Secretaria de Mobilidade (Semob) considera a possibilidade de trocar o modelo dos veículos atuais por modelos menores, semelhantes aos usados no sistema Integra. A justificativa seria a adequação a determinadas rotas e a redução de custos operacionais. Essa possibilidade, porém, não agrada o STEC. O presidente da empresa, Ivanildo Ramos, argumenta que a mudança pode prejudicar o conforto e a acessibilidade dos passageiros, em especial das pessoas com deficiência. Ramos explica que os veículos menores são menos resistentes e oferecem menos acessibilidade, pois a porta do meio, nos modelos atuais, é utilizada exclusivamente para o elevador. Caso o número de acessos seja reduzido, a mobilidade das pessoas com deficiência seria comprometida. Ramos também rebate a alegação de que veículos menores seriam mais econômicos. Ele afirma que a diferença de preço é pequena e que o STEC, com 28 anos de experiência

, conhece bem suas ferramentas de trabalho, considerando o modelo atual o mais adequado. Atualmente, o STEC transporta cerca de 60 mil passageiros por dia, número que já chegou a 100 mil quando a frota contava com 291 veículos. Hoje, são 180 ônibus em circulação, e Ramos estima que a adoção de veículos menores poderia reduzir a demanda entre 20% e 30%. O projeto foi aprovado com ampla maioria na Câmara, recebendo apoio até mesmo de vereadores da oposição. As vereadoras Aladilce Souza (PCdoB) e Marta Rodrigues (PT) votaram a favor, destacando a importância da renovação da frota para a melhoria da mobilidade urbana e do conforto dos usuários. O presidente da Casa, Carlos Muniz (PSDB), ressaltou que o empréstimo é crucial para evitar o aumento das tarifas do transporte público. O líder do governo, vereador Kiki Bispo (União), classificou a aprovação como um marco para o transporte público de Salvador. A única manifestação contrária veio do vereador Hamilton Assis (PSOL), que defendeu a implantação gradual da tarifa zero. Conforme o projeto aprovado, os R$ 95 milhões serão usados exclusivamente para a aquisição de 180 novos ônibus do STEC, com previsão de entrega até junho de 2026. A Semob divulgou um cronograma que prevê a renovação de 700 veículos no total, somando os sistemas STEC e STCO (Subsistema de Transporte Coletivo por Ônibus). O presidente do STEC informou que o sindicato aguarda uma reunião com a Semob para discutir o modelo final dos veículos e acredita que o diálogo prevalecerá. O secretário municipal de Mobilidade, Pablo Souza, afirmou que ainda não há diálogo sobre o tema, pois a secretaria está focada na licitação para a compra dos novos ônibus da Integra, cujo empréstimo foi aprovado anteriormente. Souza explicou que a prefeitura está aprendendo com esse processo, pois não realiza aquisição de ônibus há 40 anos, e que o processo de licitação resultou no menor preço de compra do país este ano. As análises dos possíveis modelos começarão na segunda quinzena de outubro. Souza ressaltou que a prefeitura compreende a natureza complementar do serviço e que os ônibus não serão do padrão Integra, mas menores. A secretaria está contratando uma empresa de consultoria para auxiliar na decisão sobre a modelagem do STEC, serviço que sofreu com a pandemia. O secretário também informou que Salvador foi a única cidade brasileira a apresentar um pedido de empréstimo para renovar a frota complementar. Por fim, Pablo Souza informou que a prefeitura tem como meta que a nova frota comece a circular a partir de junho de 2026. A renovação da frota do STEC ocorre em um momento de reestruturação do transporte público em Salvador, após a pandemia de Covid-19 e a queda na demanda de passageiros. Desde 2015, o sistema complementar é responsável por atender rotas alimentadoras e bairros periféricos, operando em conjunto com o sistema principal.

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