UNITA Ataca: Governo Ignora Congresso de Reconciliação em Angola e Gera Tensão!

Adalberto da Costa Júnior, da UNITA, critica ausência do governo no Congresso de Reconciliação e fala em 'país de injustiças'. Condecorações aos pais da nação também geram polêmica.

O presidente da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, manifestou estranheza pela ausência do governo angolano, que está no poder há 50 anos (MPLA), no Congresso Nacional da Reconciliação, realizado em Luanda. Júnior afirmou que Angola ainda não está reconciliada e que o país não corresponde aos anseios de uma nação inclusiva e justa. Falando à margem do congresso promovido pela Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), o líder da UNITA declarou que o país atual não reflete os sonhos da população e que espera melhorias. Ele destacou a disposição da UNITA, o principal partido da oposição, em contribuir para os debates, defendendo a participação ativa do governo na busca por uma Angola melhor. O congresso da CEAST, que visa promover compromissos para a construção de uma nova Angola baseada na reconciliação, teve uma recepção mista. Participaram deputados de diversos grupos parlamentares, analistas, ativistas, religiosos e membros da sociedade civil, mas a ausência de representantes do governo foi notada. O Presidente da República, João Lourenço, inicialmente confirmou presença, mas depois alegou indisponibilidade, participando de cerimônias pelos 50 anos da independência, tema central do congresso. Adalberto Costa Júnior considerou a coincidência da entrega de medalhas aos Pais da Nação com o congresso de reconciliação como “de mau gosto”, indicando que o alinhamento para a reconciliação ainda não é perfeito. O líder da

oposição, surpreso com a ausência do Executivo, descreveu o congresso como um convite ao diálogo. Questionado sobre a reconciliação nacional, Júnior foi categórico: Angola não está reconciliada, citando o fim da guerra em 2002 e a extinção, em 2008, de um mecanismo que tratava da implementação dos Acordos de Paz, com três pendências não resolvidas até hoje. Entre essas pendências, está a inclusão de ex-militares e antigos combatentes, além de viúvas e órfãos. Júnior criticou a polêmica em torno da atribuição de condecorações a Jonas Savimbi (UNITA) e Holden Roberto (FNLA), considerando desnecessário adiar o reconhecimento a quem lutou pela independência. Sobre a presença da UNITA nas cerimônias oficiais dos 50 anos da independência, Júnior evitou confirmar, mencionando a necessidade de cada um analisar sua própria consciência diante de realidades contrastantes: participação e imagem de união versus injustiças, pobreza e exclusão. Ele revelou que o Comité Permanente da UNITA debateu o assunto sem consenso, ressaltando que não há reconhecimento por parte de quem governa de que se vive um momento de reconciliação, mas sim de inclusão. Apesar das críticas, o líder da oposição garantiu que a UNITA acredita no diálogo e continuará a contribuir para a construção de uma Angola melhor. Júnior enfatizou a importância de incentivar o diálogo e a sensibilidade em relação à justiça, liberdades fundamentais, boa governança e inclusão nacional.

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