Familiares de vítimas da operação policial nos complexos da Penha e Alemão, vindos de diversos estados, como Pará, Amazonas e Goiás, clamam por dignidade na liberação dos corpos. A megaoperação, realizada na última terça-feira (28), resultou na espera de dezenas de famílias no Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro. Até a sexta-feira, 89 corpos haviam sido liberados. Adriana de Fátima, doméstica de Belém (PA), viajou mais de 3 mil quilômetros para reconhecer o corpo do filho, Robson Monteiro da Silva, de 27 anos, que residia no Rio há três anos. Ela soube da morte do filho pelas redes sociais. Em meio à chuva e à burocracia, as famílias expressam sua dor e frustração. Adriana desabafa: "Era o meu filho. Eu soube [da morte dele] pelas redes sociais. Eu estava trabalhando e fiquei acompanhando. Fiquei acompanhando e, infelizmente, veio essa triste notícia. Eu sei que toda ação tem uma reação. Mas, deixar os corpos desse jeito? Olha as nossas condições. Não estamos tendo suporte das autoridades”. As famílias reconhecem o envolvimento de seus entes com o crime, mas exigem respeito e apoio nesse momento de luto.