As eleições trouxeram à tona um misto de boas e más notícias, conforme analisado por Ana Pina. Uma das boas notícias foi a demonstração de que o partido populista não é tão popular quanto se imaginava. A tradição municipalista também mostrou a resiliência da democracia portuguesa. Por outro lado, a recuperação do PS foi notável, apesar dos desafios da polarização política. No entanto, no espectro político democrático e à esquerda do PS, as notícias não foram tão animadoras. O Livre e o BE tentaram, mas os resultados foram modestos, indicando uma lacuna a ser preenchida. A CDU, com forte presença municipal, adotou uma estratégia que não rendeu os frutos esperados. Apesar de reconhecerem que não há perdas irreversíveis, a CDU perdeu eleitorado, incluindo câmaras importantes. Em Lisboa, a situação foi especialmente sentida, com a coligação de esquerda perdendo as eleições. A autora argumenta que a CDU poderia ter feito parte da coligação, mas optou por priorizar o eleitorado em detrimento de mandatos e influência. O resultado foi negativo, com o Chega ganhando um lugar com poucos votos a mais, um revés que a CDU deve sentir. João Ferreira, apesar de ser um bom vereador, não trouxe transformações significativas. A dissociação entre o interesse na eleição e o interesse no voto, por parte do PCP, é vista como um caminho que pode prejudicar o diálogo e a pluralidade política, segundo a análise.