O Mahindra Group está avaliando a separação de seus negócios principais — tratores, veículos de passageiros (incluindo EVs) e caminhões — em entidades independentes. Essa medida pode representar a reestruturação mais significativa do conglomerado em anos, segundo fontes familiarizadas com o assunto. As discussões internas estão em andamento, com análises iniciais para avaliar a viabilidade e os desdobramentos dessa mudança. Atualmente, esses negócios operam como divisões sob a Mahindra & Mahindra (M&M). Nos últimos cinco anos, as divisões automotiva e de equipamentos agrícolas (FES) demonstraram forte crescimento. Esse desempenho reforçou a liderança da Mahindra em SUVs e tratores. O foco estratégico tem se voltado cada vez mais para o setor automotivo, uma mudança deliberada em relação à volatilidade ligada à agricultura. A lógica é ter um portfólio diversificado, disseram as fontes. Enquanto a divisão de equipamentos agrícolas permanece dependente das monções, do sentimento rural e das políticas de subsídios governamentais, o setor automotivo oferece uma trajetória de crescimento mais estável. A Mahindra afirmou que não faria “comentários” em resposta às perguntas. Um executivo de alto escalão próximo ao grupo disse que o foco é estar preparado para o futuro e tornar todos os negócios independentes. “Isso ajuda a liberar o potencial dos negócios e a escalar”, disse ele. A Mahindra & Mahindra foi eleita Empresa do Ano no
The Economic Times Awards for Corporate Excellence no ano passado. A diferença de desempenho entre as divisões da Mahindra fortaleceu o argumento para essa mudança. Analistas estimam que o segmento automotivo sozinho representa quase dois terços do preço atual das ações da M&M, acima de ₹3.400. Uma cisão, disseram eles, poderia aprimorar a alocação de capital, permitir estratégias independentes e potencialmente reavaliar os negócios no mercado. Se o plano for adiante, o negócio de tratores — o mercado tem sido liderado pela Mahindra desde sua aquisição da Punjab Tractors em 2007 — poderia se tornar uma empresa independente. Teve uma participação de mercado de 43,3% no ano fiscal de 2025, acima dos 38,2% no ano fiscal de 2021. A divisão de veículos de passageiros, com marcas de sucesso como Scorpio, Thar, a linha XUV, bem como a plataforma Born Electric, poderia se tornar outra entidade independente, enquanto o segmento de caminhões e veículos comerciais — ainda relativamente pequeno — deve ser transformado em uma vertical focada. Há até mesmo rumores de que a SML Isuzu, que a Mahindra adquiriu recentemente, poderia se tornar o centro desse negócio. Essa mudança se reflete nos números. Entre os anos fiscais de 2021 e 2025, a participação do segmento automotivo na receita da M&M aumentou de 35% para 57%, enquanto sua contribuição de EBIT saltou de 13% para 42%, de acordo com dados da ETIG. A divisão FES, por outro lado, viu sua participação na receita cair de 33% para 22% e sua contribuição de EBIT cair de 74% para 27%. As vendas de SUVs mais que dobraram, chegando a 550.000 unidades no ano fiscal de 2025, ante 190.000 no ano fiscal de 2021, enquanto o volume total de automóveis subiu para 941.000 unidades. As vendas de tratores, embora mais lentas, ainda cresceram de 354.000 para 424.000 unidades no mesmo período. As discussões estão ocorrendo meses após a Tata Motors concluir a separação de seus negócios de veículos de passageiros e comerciais em duas entidades listadas — uma medida que desbloqueou valor, melhorou a transparência e deu a cada negócio um foco estratégico mais nítido. Analistas veem essa reestruturação como um exercício de criação de valor que aumenta a visibilidade dos investidores, a agilidade operacional e a disciplina de capital. “Posiciona cada divisão para atrair parceiros estratégicos e buscar investimentos de forma mais eficaz”, disse um analista de uma corretora de Mumbai. Esta não é a primeira vez que a Mahindra considera uma cisão. Discussões anteriores foram suspensas devido a preocupações com a perda de sinergias compartilhadas em sourcing, cadeia de suprimentos e P&D, bem como temores de que uma empresa de tratores menor e independente pudesse se tornar vulnerável a uma aquisição. Mas o pensamento atual parece mais pragmático. Executivos disseram que as empresas já operam com equipes de liderança distintas e estratégias separadas para desenvolvimento de produtos, finanças e manufatura. As margens dos tratores permaneceram consistentemente na faixa de 18 a 19%, enquanto as margens automotivas ficam em 10 a 11%. O segmento de caminhões, ainda em fase de gestação, é visto como mais adequado para uma estrutura independente e eficiente em termos de capital. “Para a Mahindra, isso pode não ser apenas sobre simplificar — é sobre se preparar para a próxima fase de crescimento”, disse um analista.
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com base em reportagem publicada em
Economictimes
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