IA e Solidão: Amiga ou Inimiga? Psicanalista Revela os Riscos dos Relacionamentos Virtuais!

Novos laços com inteligência artificial podem aliviar o isolamento, mas especialistas alertam para perigos à saúde emocional e social. Descubra os prós e contras!

A crescente interação com a inteligência artificial (IA) tem gerado um debate crucial: as relações com a tecnologia atenuam ou amplificam a solidão? Para o psicanalista Genaldo Vargas, a resposta reside na forma como utilizamos essas ferramentas. O especialista ressalta que as conexões virtuais jamais devem substituir os vínculos humanos reais, pois a revolução digital transformou profundamente o cenário cognitivo. Vargas alerta que o excesso de tempo dedicado às máquinas pode diminuir o prazer nas experiências presenciais. Ao mesmo tempo, a IA pode ser uma aliada no combate ao isolamento, especialmente para aqueles que enfrentam fobias sociais ou limitações físicas. Entre as vantagens da IA e do ambiente virtual, Genaldo Vargas destaca a acessibilidade para pessoas com fobia social ou dificuldades de locomoção, a conexão e o entretenimento em redes e fóruns, o aprendizado colaborativo com grupos virtuais e o apoio emocional oferecido por assistentes virtuais em momentos de crise. Ele também lembra que, durante a pandemia, as interações digitais foram valiosas ao reduzir a necessidade de deslocamentos e facilitar o acesso a serviços, além de diminuir riscos para a saúde. No entanto, o uso excessivo da IA e dos ambientes digitais pode trazer consequências significativas. De acordo com o especialista, o isolamento, os vícios e a perda da empatia são perigos reais. Vargas enfatiza que o cérebro humano evolui lentamente e não está preparado para

lidar com tantas transformações em tão pouco tempo. O excesso de opções digitais gera ansiedade, insegurança e frustração, principalmente nos jovens, que também demonstram dificuldades crescentes em estabelecer laços afetivos e lidar com a espera nas relações interpessoais. A formação dos vínculos afetivos, guiada por hormônios como dopamina e ocitocina, acontece desde cedo, conforme explica o psicanalista. A qualidade desses vínculos influencia amizades, relacionamentos românticos e a saúde física e mental. Relações duradouras e saudáveis são fonte de bem-estar e proteção emocional, enquanto o isolamento social pode ser prejudicial ao corpo e à mente, um padrão que pode atravessar gerações. Apesar dos desafios impostos pela tecnologia, o cérebro humano possui grande capacidade de adaptação. Vínculos positivos posteriores podem reparar traumas e ausências emocionais precoces. Vargas ressalta que somos capazes de manter vínculos mesmo na ausência, por meio da memória, do simbolismo e da subjetividade. A psicanálise é fundamental para compreender como cada pessoa desenvolve mecanismos de defesa diante de frustrações e relações interrompidas, abrindo caminho para novos modelos de interação em tempos digitais. O psicanalista questiona os efeitos das novas mídias sobre nossa saúde mental, enfatizando a importância de compreender o que é saudável e terapêutico nessas relações virtuais. Genaldo Vargas também faz referência a Ruth Feldman para destacar a necessidade de uma abordagem multidisciplinar para compreender os vínculos humanos, unindo ciência, filosofia e arte. O artigo encerra com a célebre frase de Nise da Silveira, ressaltando o poder curativo das relações humanas: “O que cura é o contato afetivo de outra pessoa. O que cura é a alegria. O que cura é a falta de preconceito.”

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