Estudantes da Universidade das Índias Ocidentais (UWI) no campus de Mona estão solicitando a extensão de certas medidas de apoio e a reavaliação de outras, após a passagem do furacão Melissa. Os alunos expressaram gratidão pelas ações da instituição, mas esperam que algumas iniciativas sejam mantidas e outras ajustadas. Uma estudante de 23 anos de St. Catherine, que falou sob condição de anonimato, compartilhou sua percepção da situação: "É como se todos estivessem ignorando o que estava acontecendo; para mim, parecia uma situação de adaptação e avanço ou ficar para trás".
As aulas na universidade foram retomadas em 3 de novembro, menos de uma semana após a tempestade de categoria 5 atingir o oeste da Jamaica, causando danos catastróficos. O reitor do campus, Donovan Stanberry, explicou que a universidade tinha condições de reiniciar as aulas e implementou diversas medidas para auxiliar os alunos afetados. Essas medidas incluíam a gravação das aulas para acesso posterior, uma isenção de 50% nas mensalidades restantes para alunos qualificados, visitas domiciliares, acesso a serviços de saúde mental e a possibilidade de adiar exames e semestres.
No entanto, os alunos que conversaram com a Observer Online relataram que, embora gratos pelas medidas, elas não abordam totalmente as dificuldades que enfrentam. Em relação à redução de 50% nas taxas, os alunos indicaram que o benefício não é tão significativo quanto parece. Uma estudante
de Trelawny explicou que a tempestade ocorreu após as provas do meio do semestre, e para participar dessas provas, era necessário ter pago pelo menos 75% da mensalidade. Ela sugeriu que a isenção seria mais útil se fosse implementada no semestre de janeiro.
A aluna de St. Catherine, que compartilha a casa com sua família imediata devido aos impactos na família em St. Elizabeth, concordou com essa avaliação. Ela sugeriu que a isenção fosse estendida ao segundo semestre, pois é nesse período que a maioria dos alunos da região oeste da ilha começa a sentir o peso financeiro.
Stanberry comentou sobre a possível extensão da isenção, afirmando que, por enquanto, o alívio se aplica aos saldos do primeiro semestre. Ele acrescentou que a administração precisará se reunir e avaliar a situação para decidir se a isenção será mantida no segundo semestre. A isenção se aplica a alunos do Condado de Cornwall ou de outras áreas afetadas que perderam propriedades (residências), ou cujos responsáveis morreram ou perderam seus meios de subsistência ou emprego.
Os alunos também mencionaram que a retomada das aulas não foi tranquila. A aluna de Trelawny relatou que, embora as aulas devessem ser online e gravadas, ela não teve acesso à eletricidade ou sinal de internet, chegando atrasada às aulas devido aos danos em sua comunidade. Ela observou que alguns professores mantiveram as aulas logo após o furacão, criando lacunas no aprendizado.
A estudante expressou preocupações sobre a implementação irregular da diretriz para os professores gravarem as aulas, com apenas alguns cumprindo. Ela mencionou que as aulas presenciais foram retomadas uma semana depois, mesmo com protestos dos alunos, e que atividades como viagens de campo foram mantidas. A aluna de St. Catherine acrescentou que alguns professores estenderam os prazos para entrega de trabalhos, enquanto outros continuaram com as aulas normalmente, sem considerar os alunos que estavam atrasados.
Ambas as alunas enfatizaram a preocupação com a perda de aulas por mais de uma semana e a necessidade de se recuperarem para passar sem adiar os estudos. A aluna de Trelawny afirmou que não viu medidas para auxiliar na carga de trabalho, embora os exames tenham sido estendidos por apenas três dias. Ela relatou que as aulas continuaram normalmente, com os professores mantendo o mesmo ritmo, e que, embora tenha um bom relacionamento com seus professores, nem todos são tão flexíveis.
Sobre as gravações, Stanberry reconheceu as reclamações e afirmou que, embora nem sempre seja possível gravar as sessões, os professores foram instruídos a disponibilizar materiais, como notas de aula ou apresentações em PowerPoint, aos alunos. A aluna de St. Catherine também sugeriu que a universidade poderia ser mais flexível em relação aos exames finais. Ela entende a necessidade de avaliar o conhecimento dos alunos, mas acredita que poderiam ser encontradas outras formas de avaliação, sem a pressão dos exames, especialmente após os acontecimentos no oeste.
Ela sugeriu mais trabalhos durante o semestre, mais apresentações e a eliminação dos exames finais, devido ao estresse que causam. A aluna observou que alguns cursos são avaliados apenas por exames, o que também representa um problema. Stanberry respondeu que a universidade antecipou essa situação e implementou medidas sob seu Programa de Solidariedade Estudantil. Esse programa, anunciado em uma reunião em 10 de novembro, facilita avaliações alternativas, incluindo a substituição por 100% de trabalhos em alguns casos, com aprovação das comissões escolares, e a extensão de prazos para atender às necessidades dos alunos. Stanberry incentivou os alunos com necessidades a procurarem a reitoria e apresentarem seus casos, assegurando que aqueles que ainda não foram ouvidos não serão esquecidos. Ele afirmou que a universidade está ativamente buscando seus alunos e utilizando todos os meios disponíveis para encontrá-los e ajudá-los.
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Esta matéria foi adaptada e reescrita pela equipe editorial do TudoAquiUSA
com base em reportagem publicada em
Jamaicaobserver
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