Do Apito à Justiça: As Maiores Polêmicas Judiciais que Abalaram o Brasileirão

Relembre as disputas nos tribunais que marcaram o futebol brasileiro, desde a Taça das Bolinhas até escândalos de manipulação e casos de jogadores. Veja os detalhes!

Com a pausa para a data Fifa e um julgamento controverso em andamento, os tribunais esportivos ganham destaque no debate sobre o futebol brasileiro. A demora na decisão do STJD sobre o caso de Bruno Henrique, do Flamengo, acusado de manipulação, esquenta a discussão em nível nacional. As disputas judiciais no futebol brasileiro, no entanto, não são novidade. O país presencia conflitos na justiça desportiva há décadas, alguns deles decisivos para o resultado de competições, outros envolvendo altos valores e até mesmo casos que chegaram ao Supremo Tribunal Federal (STF), gerando debates por quase 40 anos. Vamos relembrar alguns dos casos mais famosos. Taça das Bolinhas: A disputa mais antiga, referente à Taça das Bolinhas, concedida ao primeiro pentacampeão brasileiro, está com o São Paulo. O conflito judicial envolve Flamengo e Sport, pelo título da Copa União de 1987. O clube carioca tenta, por meio de ações judiciais, ser reconhecido como campeão, mas sem sucesso até o momento. A CBF não participou da organização do torneio naquele ano, que era dividido em Módulo Verde, com os clubes mais populares, e Amarelo, com equipes do antigo “Clube dos 13” que não estavam no primeiro grupo. A Confederação interveio durante a competição, determinando um cruzamento final entre os campeões e vice-campeões dos dois módulos. Flamengo e Internacional, que disputaram o Verde, recusaram-se a jogar o quadrangular final contra Sport e Guarani. Rebaixamento

da Portuguesa em 2013: O rebaixamento da Portuguesa em 2013 ainda é lembrado. O clube foi rebaixado para a Série B após perder quatro pontos devido à escalação irregular do meia Héverton, que estava suspenso e jogou na última rodada contra o Grêmio. A equipe havia terminado o campeonato fora da zona de rebaixamento, mas a punição do STJD fez com que perdesse pontos, caindo para a 17ª posição. A decisão beneficiou o Fluminense, que deixou a zona de rebaixamento e garantiu sua permanência. O caso gerou polêmica e acusações de favorecimento, levando a disputas judiciais. Mesmo com tentativas de reverter a situação na Justiça comum, a decisão foi mantida, confirmando o rebaixamento da Portuguesa. Máfia do Apito em 2005: A Máfia do Apito foi o nome dado ao escândalo de manipulação de resultados no futebol brasileiro em 2005. O árbitro Edílson Pereira de Carvalho e o assistente Paulo José Danelon foram os principais alvos, acusados de receber dinheiro para influenciar partidas. As investigações revelaram que Edílson manipulou jogos do Brasileirão para beneficiar apostas em um site ilegal. O STJD anulou 11 jogos apitados pelo árbitro e determinou que fossem disputados novamente. A decisão impactou a classificação final, beneficiando o Corinthians, que conquistou o título, enquanto o Internacional contesta a legitimidade da conquista até hoje. Caso Sandro Hiroshi: Outro caso marcante de perda de pontos por irregularidade de jogador foi o de Sandro Hiroshi, em 1999. O atacante do São Paulo adulterou sua data de nascimento e foi punido com 180 dias de suspensão pelo STJD. Ele também respondeu a um processo por falsidade ideológica. O São Paulo perdeu três pontos para o Botafogo, que, com isso, evitou o rebaixamento, com o Gama entrando em seu lugar. O clube do Distrito Federal recorreu à Justiça comum e conseguiu o direito de permanecer na primeira divisão. Fred e o Atlético-MG: A disputa entre Atlético-MG e Fred envolveu uma cláusula no contrato do jogador, que previa o pagamento de R$ 10 milhões ao clube caso se transferisse diretamente para o Cruzeiro. A transferência ocorreu, e o valor total, com correções e juros, ultrapassou R$ 30 milhões. Após negociações, as partes chegaram a um acordo em julho de 2023, com Fred pagando R$ 17,5 milhões ao clube, além de abrir mão de valores rescisórios. O pagamento será feito em parcelas, com a última prevista para setembro de 2027.

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