Cúpula dos Povos Incendeia Belém: Marcha Histórica Promete Reunir 30 Mil Contra as 'Falsas Soluções' da COP30!

homenagem à Revolta da Cabanagem, um dos maiores e mais significativos levantes populares da história do Brasil, ocorrido no século 19. Ayala Ferreira, que integra a comissão política da Cúpula dos Povos e é dirigente nacional do Movimento Sem Terra (MST), explica que a marcha representa um marco histórico de uma das maiores mobilizações sociais em torno das crises climática e ambiental do mundo. Ela unirá vozes que rejeitam as falsas soluções discutidas na COP 30 e apresentarão esse espaço popular, uma coalizão internacional que terá continuidade. A Cúpula dos Povos teve início com barqueatas, caravanas de ônibus e caminhadas, com diversas manifestações ao longo da semana. Na terça-feira (11), antes mesmo da abertura da Cúpula, aconteceu a Marcha Global pelo Clima e Saúde, iniciativa internacional que reuniu cerca de 3 mil pessoas para denunciar os impactos da crise climática na saúde humana. No mesmo dia, uma manifestação pela taxação das grandes fortunas resultou em tumulto, e o MST realizou um ato na Agrizone, a vitrine ‘verde’ do agronegócio. A chegada de mais de 200 embarcações de todo o mundo marcou o início da Cúpula dos Povos. Na quinta-feira (13), ocorreram fortes manifestações de movimentos populares. Diversas organizações protestaram na entrada da Zona Azul, espaço oficial reservado para as negociações entre líderes dos países, exigindo maior eficiência nas resoluções sobre o clima. Ativistas exibiram cartazes logo pela manhã, pedindo celeridade nas negociações, aumento dos investimentos em projetos de mitigação e adaptação e a responsabilização dos causadores das mudanças climáticas. Indígenas Munduruku bloquearam a entrada da COP30 na manhã de sexta-feira (14), denunciando a contaminação por mercúrio e a expansão de grandes projetos que devastam a floresta. Eles afirmaram que não permitiriam a entrada ou saída de pessoas, e que não aceitariam fotos ou brincadeiras, pois seus corpos estavam na negociação. Eles também denunciaram o uso de sua imagem para promover a sustentabilidade e a bioeconomia que, segundo eles, está destruindo a floresta. A Cúpula dos Povos, iniciada há dois anos, é vista como o principal espaço de diálogo e propostas da sociedade. Ela reúne, além do MST, povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, extrativistas e organizações como o Movimento dos Atingidos pela Mineração (MAM), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), entre outros, de um total de 62 países. As discussões tiveram início há dois anos, em um processo de mobilização da sociedade civil que começou após o anúncio da COP30 no Brasil. Esse processo envolveu centenas de organizações e movimentos sociais do Brasil e do mundo. Dentre as principais reivindicações dos movimentos populares estão a demarcação de áreas das comunidades tradicionais, a criação de mais unidades de conservação no país, o investimento em energias renováveis, o fortalecimento da agricultura familiar, a restauração de manguezais e a melhoria do saneamento urbano.