Lula em Apuros? A Crise Política, a Prisão de Bolsonaro e o Futuro da Direita no Brasil

Análise da disputa política em torno do Marco Legal do Crime, a fragilidade de Lula e o cenário da sucessão presidencial com Bolsonaro inelegível.

A batalha política no Congresso em torno da aprovação do Marco Legal do Combate ao Crime Organizado é apenas uma parte da disputa entre o governo e a oposição pela narrativa sobre quem age melhor contra a criminalidade. Pesquisas de opinião revelam que a insegurança é a maior preocupação dos brasileiros, com a gestão do PT sendo vista como branda com a criminalidade, que seriam supostas vítimas de um sistema econômico injusto. Essa visão coloca a sociedade em risco, com a população se sentindo ameaçada. O surgimento de governadores de oposição, ou de direita, que buscam aumentar as punições e corrigir distorções no texto sobre prevenção do crime, reflete essa insatisfação. A segurança é o ponto fraco do presidente Lula, e pesquisas indicam que a distância entre ele e seus oponentes está diminuindo. O cenário da sucessão presidencial ainda reserva surpresas. Jair Bolsonaro está impossibilitado de concorrer, além de ter sido condenado a uma longa pena de prisão pelo Supremo Tribunal Federal, o que o deixa fora da eleição de 2026, a menos que ocorram mudanças significativas. Bolsonaro pode enfrentar o mesmo destino de outros políticos que tiveram sucesso, como Fernando Collor, hoje com pouca influência política. Eduardo Bolsonaro, que reside nos Estados Unidos, perdeu influência e pode ter seu mandato cassado por ações contra o país. Flávio Bolsonaro, senador, busca ser um negociador, mas a questão é quantos votos de Bolsonaro ainda

permanecem ativos, o que pode impulsionar o surgimento de novas lideranças na direita, vindas dos governadores de oposição, que planejam influenciar na escolha do candidato contra Lula. Lula, com o poder, e a direita, com recursos e votos, protagonizarão uma disputa acirrada. O Brasil, parte da América Latina, é palco de acontecimentos inesperados. Lula, após 580 dias de prisão, retornou à presidência. A prisão é um risco constante para quem se envolve na política. Ex-governadores do Rio de Janeiro foram presos, mas geralmente cumprem parte da pena e conseguem a liberdade. O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, por exemplo, viu o sol nascer quadrado por alguns dias, mas depois desfrutou de um jantar em um restaurante em Paris. Com Bolsonaro, a expectativa é semelhante: um período na prisão seguido de liberdade condicional, devido à sua idade avançada e problemas de saúde. O futuro político de Bolsonaro pode estar ligado aos seus filhos. Para esclarecer, quem nasce na Amazônia é amazônida, mas quem nasce no estado do Amazonas é amazonense. Belém, no Pará, não é o centro da Amazônia, mas foi capital do Grão-Pará, que abrangia estados como Amazonas, Pará, Maranhão e Piauí. O Rio Grande do Norte era o limite sul do Brasil. Segundo o IBGE, a Amazônia tem 27 milhões de habitantes. A primeira capital do Amazonas foi Barcelos, antes de ser transferida para Manaus, onde os rios Negro e Solimões se encontram. Na época da Independência, a população do Grão-Pará desejava permanecer ligada a Portugal, mas militares forçaram a adesão à República, tornando os amazônidas brasileiros após a Independência. André Gustavo Stumpf, jornalista.

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