Indivíduos ligados ao Grupo Wagner foram sentenciados à prisão por atear fogo em um depósito que armazenava ajuda humanitária destinada à Ucrânia, em uma ação descrita como parte de uma "campanha de terrorismo e sabotagem" orquestrada pela Rússia. O ataque criminoso, ocorrido em unidades industriais em Leyton, leste de Londres, em 20 de março de 2024, causou cerca de £1 milhão em prejuízos, colocou vidas em risco e exigiu a atuação de 60 bombeiros para controlar as chamas. O armazém foi alvo do Grupo Wagner, classificado como grupo terrorista, por ser utilizado para fornecer ajuda humanitária e equipamentos de satélite StarLink à Ucrânia. Após o incidente, o arquiteto Dylan Earl planejou mais "missões", incluindo ataques a um restaurante e uma loja de vinhos em Mayfair, além do sequestro do proprietário, o dissidente russo Evgeny Chichvarkin. O tribunal ouviu que Earl era membro de diversos canais de propaganda pró-Rússia, impulsionado por "ganância simples e feia". Na sexta-feira, Earl e outros cinco jovens foram sentenciados no Old Bailey pelo que o juiz descreveu como uma "campanha planejada de terrorismo e sabotagem" a serviço do Estado russo. A juíza Cheema-Grubb afirmou que o caso expõe os esforços da Federação Russa para obter influência global por meio das redes sociais, recrutando sabotadores a grandes distâncias de Moscou. Ela ressaltou que o incêndio criminoso não foi um incidente isolado, mencionando outro ataque a um armazém
na Espanha dez dias depois, além de discussões de Earl sobre um possível ataque na República Tcheca. A juíza determinou que o ataque incendiário tinha uma "conexão terrorista", independentemente do conhecimento dos perpetradores. Earl, de 21 anos, e Jake Reeves, de 24 anos, que ajudou a organizar o crime, admitiram as acusações, tornando-se os primeiros a serem condenados por crimes sob a Lei de Segurança Nacional de 2023. Earl, traficante de drogas de Elmesthorpe, Leicestershire, foi condenado a 17 anos de prisão e mais seis anos em liberdade condicional estendida por seu "papel de liderança" nas atividades terroristas. Reeves, de Croydon, sul de Londres, recebeu 12 anos de prisão e um ano de liberdade condicional estendida. Jakeem Rose, de 23 anos, também de Croydon, foi sentenciado a oito anos e dez meses de prisão; Nii Mensah, de 23 anos, de Thornton Heath, sul de Londres, foi condenado a nove anos; e o sem-teto Ugnius Asmena, de 21 anos, foi sentenciado a sete anos de prisão. Eles foram considerados culpados de realizar o incêndio criminoso agravado após um julgamento no Old Bailey. Cada um recebeu mais um ano de liberdade condicional estendida. O juiz observou o "verdadeiro preço" do que alguns poderiam considerar "dinheiro fácil". Este caso resultou nas primeiras condenações de criminosos britânicos agindo como procuradores do Grupo Wagner, que foi proibido. Ashton Evans, de 20 anos, traficante de drogas de Newport, Gwent, foi condenado a nove anos de prisão e mais um ano de liberdade condicional estendida por não divulgar informações sobre atos terroristas relacionados ao complô de Mayfair. O tribunal ouviu que Earl e Reeves coordenaram o ataque incendiário para o Grupo Wagner, agindo em nome da Federação Russa, sem sair de casa. Earl comunicou a um agente do Grupo Wagner, que conheceu no Telegram, seu interesse em realizar uma série de "missões", sendo o incêndio em Leyton a primeira delas. Em uma conversa, seu contato, Privet Bot, o instruiu a assistir ao drama de espionagem da Guerra Fria, The Americans, e usá-lo como um "manual" para sua missão secreta. Earl foi preso em um estacionamento da B&Q em Hinckley, Leicestershire, e vídeos do incêndio no armazém foram encontrados em seu iPhone. Em uma busca em sua casa, a polícia encontrou uma bandeira russa, mais de £20.000 em dinheiro e cloridrato de cocaína, com um valor de rua de cerca de £34.000. Evidências em seu telefone revelaram detalhes de uma conta de criptomoeda com mais de £58.000 e imagens de maços de dinheiro estimados em £175.000. Em defesa de Earl, Paul Hynes KC argumentou que ele era "presa fácil" para o Grupo Wagner, pois via o mundo através do "prisma dos jogos online". Hynes disse que, embora não se tratasse de um romance de John le Carré, aqueles que desejam o mal ao Reino Unido e a outros países continuariam a tentar cooptar pessoas como Earl. Para Reeves, Henry Blaxland KC apresentou evidências que demonstravam a extensão da infiltração do Estado russo e seus agentes no Reino Unido, aproveitando-se de adolescentes viciados em seus computadores. Ele afirmou que o julgamento de Reeves foi "distorcido" pelo uso excessivo da droga cetamina. O tribunal foi informado de que os homens encarregados por Earl e Reeves de realizar o ataque incendiário em Leyton eram "amadores" motivados pela promessa de dinheiro que nunca receberam. Após a sentença, o comandante Dominic Murphy, chefe da Counter Terrorism Policing London, afirmou que este caso é um exemplo claro de uma organização ligada ao Estado russo usando "procuradores", neste caso, cidadãos britânicos, para realizar atividades criminosas muito sérias no país em seu nome. Ele acrescentou que os líderes, Earl e Reeves, agiram voluntariamente como agentes hostis em nome do Estado russo. Murphy expressou satisfação por terem conseguido usar a nova legislação da Lei de Segurança Nacional, que refletiu a gravidade dos crimes de Earl e Reeves nas acusações que enfrentaram. Frank Ferguson, do Crown Prosecution Service, declarou que esta condenação bem-sucedida marca um momento crucial nos esforços de segurança nacional. A Lei de Segurança Nacional forneceu ao Crown Prosecution Service e às agências de aplicação da lei as ferramentas necessárias para enfrentar as ameaças emergentes de estados hostis com maior precisão e força.
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Esta matéria foi adaptada e reescrita pela equipe editorial do TudoAquiUSA
com base em reportagem publicada em
Dailystar
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