Brasil no Rumo do Ouro Raro? Oportunidade de Bilhões em Minerais Estratégicos!

Com grandes reservas, o Brasil pode dominar o mercado de terras raras, mas precisa de investimentos em tecnologia e mudanças regulatórias para competir com a China. Descubra os desafios e o potencial!

O Brasil vislumbra uma posição de destaque no cenário mundial da produção de terras raras, mas para isso, é crucial criar um ambiente de negócios favorável, com políticas de incentivo que impulsionem toda a cadeia produtiva, desde a extração até a etapa final. Essa foi uma das principais discussões na última reunião do Conselho de Mineração da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Sandro Mabel, presidente do colegiado, afirmou que o momento é oportuno para transformar o potencial geológico brasileiro em ações concretas, visando não apenas a exportação de minério, mas também o desenvolvimento de uma indústria de alta tecnologia e o aumento da participação do Brasil na economia verde. Terras raras, um grupo de 17 elementos químicos, embora abundantes na natureza, são encontrados em baixas concentrações e apresentam dificuldades na extração e separação. No Brasil, esses elementos ganharam relevância nas negociações comerciais entre o governo brasileiro e os Estados Unidos. Esses minerais são fundamentais no desenvolvimento de tecnologias avançadas e fontes de energia limpa, como turbinas eólicas, motores de veículos elétricos e equipamentos eletrônicos. O aprimoramento tecnológico e a necessidade de transição energética, em resposta à crise climática, indicam um crescimento exponencial no mercado de terras raras. Atualmente, a China domina o mercado global, sendo responsável por cerca de 60% da produção mineral de terras

raras. O Brasil, com a segunda maior reserva do mundo, estimada em 21 milhões de toneladas (23% das reservas globais), possui grande potencial para competir com o gigante asiático. Contudo, é necessário transformar esse potencial geológico em capacidade industrial, investindo nas etapas de separação, processamento e transformação, gerando valor agregado, empregos e inovação. Luiz Antônio Vessani, integrante do Conselho de Mineração da CNI, destacou a necessidade urgente de desenvolver ciência, tecnologia e inovação, áreas em que o Brasil ainda precisa avançar. O professor Nilson Francisquini Botelho, do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília (UnB), explica que o desenvolvimento da cadeia produtiva tiraria o Brasil da posição de exportador de matéria-prima. Ele ressalta que os benefícios seriam maiores com o investimento na transformação desses metais em produtos tecnológicos. Atualmente, o Brasil representa apenas 0,02% da produção mundial, com 80 toneladas das 350 mil produzidas globalmente. Projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indicam que a demanda por terras raras no país deve crescer seis vezes entre 2024 e 2034, passando de cerca de 1 mil toneladas para mais de 6 mil. Luiz Antônio Vessani, também presidente da Edem, empresa de desenvolvimento em mineração, defende a não aplicação de taxas exclusivas para a mineração de terras raras, incentivando a mineração para que a indústria tenha acesso a esses produtos, criando valor e impulsionando o desenvolvimento de veículos elétricos, aerogeradores e outros insumos. Para o Conselho, o progresso depende também de medidas que reduzam a burocracia e agilizem o licenciamento ambiental, um dos principais obstáculos do setor. A insegurança jurídica, que eleva custos e afasta investidores estratégicos, também é um desafio. A CNI enfatiza que garantir previsibilidade regulatória é essencial para atrair capital de longo prazo e consolidar a mineração de terras raras como um motor de desenvolvimento econômico.

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