Bomba no STF! Indicação de Messias Abalará Governo Lula e Acende Alerta no Senado

A escolha de Jorge Messias para o STF gera tensão entre o governo e o Senado, com Alcolumbre insatisfeito e senadores cogitando barrar a indicação. Entenda os bastidores dessa crise política.

A indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) promete estremecer a relação do governo com o Senado, a principal base de apoio de Lula neste mandato. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e parte dos senadores preferiam que Rodrigo Pacheco (PSD-MG) fosse o escolhido. Após a decisão de Lula ser oficializada, Alcolumbre manifestou descontentamento a interlocutores. A assessoria de Alcolumbre informou que ele esperava ser avisado por telefone antes da divulgação da notícia, o que não ocorreu. Horas depois da indicação de Messias, Alcolumbre anunciou que levará ao plenário, na próxima semana, um projeto com potencial de impacto bilionário nas contas públicas, sobre a aposentadoria especial de agentes comunitários de saúde e de combate às endemias. Alcolumbre já indicou que não pretende trabalhar pela aprovação do nome do advogado-geral para a vaga no Supremo. Messias, por sua vez, recebeu apoio público do ministro André Mendonça, indicado ao STF por Jair Bolsonaro. Mendonça foi o primeiro integrante da corte a cumprimentá-lo publicamente, dizendo que o ajudará no diálogo com os senadores. O desgaste da gestão petista com o Senado atinge especialmente o líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT), que é um dos principais canais de comunicação entre o Palácio do Planalto e a cúpula do Senado e também um dos maiores defensores da indicação de Messias. O advogado-geral

da União trabalhou em seu gabinete no passado. Além da discordância sobre a indicação, Alcolumbre ficou incomodado com uma fala de Wagner à imprensa, na qual o líder do governo revelou que o presidente do Senado havia demonstrado preferência por Pacheco em conversa com Lula. Senadores próximos a Alcolumbre relatam que ele chegou a evitar telefonemas de Wagner. A preferência de Lula por Messias é conhecida há semanas, mas ganhou mais destaque na segunda-feira (17), quando o presidente comunicou a Pacheco que outro nome seria indicado ao STF, conforme revelou a colunista Mônica Bergamo. Na terça-feira, Alcolumbre demonstrou publicamente seu descontentamento. Líderes de bancada têm demonstrado, nos bastidores, disposição para insistir no nome de Pacheco. Lula, por sua vez, não abre mão de Messias, considerando a escolha uma prerrogativa da Presidência que não deve sofrer pressões externas. A indicação é de Lula, mas a aprovação do Senado é necessária. Primeiro, Messias deve ser sabatinado e aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), e depois, precisa de pelo menos 41 votos favoráveis no plenário, em votação secreta. A última vez que o Senado rejeitou uma indicação presidencial para a corte foi no final do século 19. A votação apertada que aprovou a recondução de Paulo Gonet como procurador-geral da República foi vista como um recado a Lula. Gonet teve 45 votos, apenas quatro a mais do que o necessário. No Senado, a avaliação é que Gonet correu risco de ser rejeitado, apesar de ser bem visto pela maioria dos senadores. Pesou contra ele sua atuação para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Alcolumbre foi decisivo para garantir os votos necessários para a recondução de Gonet, mas indicou que não adotará a mesma postura com Messias. O líder do PT na Casa minimizou o placar da votação de Gonet. Além da preferência por Pacheco, senadores temem que Messias se torne um "novo Flávio Dino", em referência às decisões que fiscalizam emendas parlamentares. A vaga no STF foi aberta após a aposentadoria de Luís Roberto Barroso. A indicação de Messias foi celebrada por petistas, criticada por bolsonaristas e defendida por integrantes do centrão. A ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) disse que Messias terá oportunidade de comprovar sua qualificação. O senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) afirmou que a indicação reforça o compromisso com a defesa da Constituição. O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) criticou a indicação. O senador Jorge Seif (PL-SC) afirmou que o STF exige independência. O líder do Republicanos na Casa, Mecias de Jesus (RR), defendeu Messias, destacando sua competência e valores. A matéria foi escrita por Caio Spechoto e publicada pela WorldNewsAPI.

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