A jovem Rutvi Lolge, ao ser observada de longe, destaca-se entre os arqueiros que treinam no Robinhood Archery Centre, localizado no campo da St Annes High School (Orlem). A razão é simples: ela é a única arqueira que utiliza cadeira de rodas no grupo. Ao se aproximar, percebe-se que ela se destaca novamente, desta vez pela precisão com que suas flechas atingem o alvo. Rutvi, com 15 anos, consistentemente marca oito pontos ou mais (em um máximo de 10 por tiro), mostrando ser uma arqueira promissora. No entanto, sua saúde e situação financeira apresentam grandes obstáculos. Estudante da 11ª série na St Annes High School, Rutvi nasceu com espinha bífida, uma condição congênita na coluna que causa paralisia nos membros inferiores. No caso de Rutvi, as vértebras lombares três a cinco estão danificadas, resultando em paralisia da cintura para baixo. Contudo, suas dificuldades, dores e limitações são esquecidas assim que ela pega seu arco. Tudo começou há dois anos. Ela começou a praticar arco e flecha após observar amigos treinando em um acampamento de férias na escola. Inicialmente relutante, pois todos os outros eram fisicamente aptos, o treinador Rohan More a incentivou, dizendo que sua condição física não importava, pois o esporte exige movimentos da parte superior do corpo, conforme Rutvi relatou durante uma sessão de treino na escola. O treinador More pode não ter revelado toda a verdade no início, mas, ao perceber o talento de Rutvi, demonstrou
grande interesse em continuar trabalhando com ela. Embora a força da parte superior do corpo seja essencial no arco e flecha, a estabilidade do tronco e dos membros inferiores também é necessária. Rutvi não tem controle sobre estes, mas compensa com treinamento intenso da parte superior do corpo. Ela começou com um arco simples de madeira, mas, ao ver suas pontuações promissoras em eventos de nível júnior, onde marcava mais de 280 pontos (de um máximo de 360), o treinador decidiu emprestar seu arco composto básico. Em apenas dois anos, ela conquistou medalhas em competições de divisão, distrito e estado na categoria Composto Sub-17. No entanto, assim como uma moto comum não vence uma corrida de MotoGP, Rutvi não pode vencer grandes competições com seu arco de madeira ou mesmo com o arco composto básico. Ela precisa de um arco composto avançado, que custa entre 4 e 5 lakh de rúpias e precisa ser importado dos EUA. Além disso, ela precisará de uma nova cadeira de rodas (1 lakh de rúpias), pois a atual não é adequada para o tiro com arco profissional, explica More. A deficiência física é apenas um dos múltiplos problemas de Rutvi. Sua mãe, Suvarna, mãe solteira, cujo marido deixou a família há muitos anos devido aos crescentes gastos médicos de Rutvi, luta contra as lágrimas ao falar sobre as dificuldades da filha. Desde o nascimento de Rutvi, os pais tinham discussões constantes, e o pai acabou deixando a família, sentindo que ela era um fardo. Cada dia é desafiador para Rutvi, mas ela é uma guerreira. Ela precisa mudar constantemente suas posições ao sentar e dormir para evitar escaras. Sua mãe precisa esvaziar sua bexiga a cada três horas, pois ela não consegue fazer isso sozinha. Durante as competições, é preciso conectar um cateter com uma bolsa de urina. Apesar de tudo, nem ela nem sua mãe reclamam. Suvarna trabalha como enfermeira freelancer, ganhando 15.000 rúpias por mês, das quais 5.000 são destinadas aos gastos médicos fixos de Rutvi e 1.000 são gastos com o treinamento de arco e flecha. Os custos de viagem e acomodação são adicionais durante as competições. Mãe e filha moram com a tia e sua família em um apartamento modesto em Malad. O treinador More, ex-arqueiro internacional, não tem dúvidas de que Rutvi terá sucesso, não apenas no nível nacional, mas também no cenário global. Até o momento, Rutvi tem competido com arqueiros sem deficiência e se saiu bem, indicando que ela se destacará ao competir com atletas paralímpicos. A classificação de Rutvi como atleta paralímpica no Comitê Paralímpico da Índia (PCI) ainda não foi solicitada, pois isso implicaria em custos adicionais de viagem e treinamento. No entanto, no início do próximo ano, o pedido será feito, e uma vez que ela for aceita, poderá competir em eventos paralímpicos nacionais. More está confiante de que ela terá sucesso. Rutvi continua sorrindo apesar das dificuldades. Sua mãe trabalha muito para ajudá-la, tentando economizar cada rupia para comprar o arco composto avançado, mas, honestamente, é inacessível para elas. O sonho e a ambição de Rutvi é representar a Índia nas Paralimpíadas e ganhar uma medalha, esperando que isso ajude sua mãe. Momentos de medalha de Rutvi: Medalha de prata na 45ª competição interescolar Prabodhan Krida Mahotsav, em Mumbai (11 a 14 de dezembro de 2024). Medalha de prata no torneio estadual de tiro com arco escolar, em Pune (9 a 10 de fevereiro de 2025). Medalha de bronze na competição sub-júnior de arco e flecha do distrito, em Mumbai (26 de outubro de 2025). Problemas médicos de Rutvi: Rutvi sofre de espinha bífida, uma condição congênita da medula espinhal que causa paralisia nos membros inferiores. Rutvi é paralisada da cintura para baixo. Sua mãe, Suvarna, precisa esvaziar a bexiga de Rutvi a cada três horas. Durante as competições, ela conecta um cateter com uma bolsa de urina. Rutvi precisa mudar constantemente suas posições ao sentar e dormir para evitar escaras. Para ajudar, entre em contato pelo número 9833237639.
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Esta matéria foi adaptada e reescrita pela equipe editorial do TudoAquiUSA
com base em reportagem publicada em
Mid-day
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