Ana Paula Tavares Faz História: Poeta Angolana Conquista o Prestigiado Prémio Camões 2025!

Ana Paula Tavares, aclamada poeta e historiadora angolana, é a grande vencedora do Prémio Camões 2025, marcando um feito inédito para a literatura angolana e celebrando a força da poesia em português.

A poeta e historiadora angolana Ana Paula Tavares foi consagrada com o Prémio Camões 2025, conforme anunciou a Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) em Portugal. A conquista eleva Ana Paula Tavares à posição de primeira angolana a receber o maior galardão literário da língua portuguesa, um feito que a coloca ao lado de nomes como José Craveirinha (Moçambique, 1991), Mia Couto (Moçambique, 2013) e Paulina Chiziane (Moçambique, 2021). O júri, ao distinguir Ana Paula Tavares com o Prémio Camões 2025, reconheceu sua "fecunda e coerente trajectória de criação estética e, em especial, o seu resgate de dignidade da Poesia", conforme comunicado divulgado pela DGLAB. O júri também enfatizou a relevância da obra de Ana Paula Tavares, que, através de seu lirismo singular e compromissos com a produção em crónica e ficção narrativa, alcança uma notável dimensão antropológica em perspectiva histórica. A decisão do júri foi tomada em reunião que reuniu a poeta e investigadora Ana Mafalda Leite (Portugal), o escritor e professor José Carlos Seabra Pereira (Portugal), o ensaísta, professor e crítico literário Francisco Noa (Moçambique), o historiador e professor Arno Wehling (Brasil), a professora Maria Lucia Santaella Braga (Brasil) e o poeta e crítico literário Lopito Feijóo (Angola). Nascida em Lubango, Angola, em 1952, Ana Paula Tavares possui doutorado em Antropologia da História pela Universidade Nova de Lisboa. Atualmente

, a poeta e historiadora reside em Lisboa, onde leciona na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e colabora com diversas instituições como investigadora convidada, incluindo o CLEPUL (Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias) da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e o AHNA (Arquivo Histórico Nacional de Angola). Entre 1983 e 1985, coordenou o Gabinete de Investigação do Centro Nacional de Documentação Histórica em Luanda, e fez parte do júri do Prémio Nacional de Literatura de Angola entre 1988 e 1990. Em declarações à agência Lusa, Ana Paula Tavares expressou sua esperança de que sua poesia continue a ter um papel importante na vida das pessoas. A autora, que integra a "geração de 80", dedica-se especialmente à condição da mulher na sociedade angolana, utilizando um "sujeito poético" feminino para denunciar e libertar, explorando símbolos como cores, frutos e ornamentos, e mesclando religiosidade cristã e realidade africana. Seus livros de poesia incluem "Ritos de Passagem" (1985), "O Lago da Lua" (1999) e "Dizes-me Coisas Amargas Como os Frutos" (2001), além de crónicas e ensaios sobre a história de Angola. A Editorial Caminho, em comunicado, descreveu Ana Paula Tavares como "uma referência incontornável no espaço da língua portuguesa", celebrando a notícia de sua premiação com o Prémio Camões 2025.

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