O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), tomou uma decisão crucial que pode ter grandes implicações internacionais. Ele anulou as provas obtidas através do acordo de leniência da Odebrecht, que estavam sendo utilizadas contra Nadine Heredia, ex-primeira-dama do Peru. Além disso, Toffoli determinou que o Ministério da Justiça brasileiro não compartilhe essas informações com o governo peruano. A decisão de Toffoli estende decisões anteriores da Corte, declarando “imprestáveis” os dados obtidos nos sistemas Drousys e My Web Day B, usados pela Odebrecht para registrar pagamentos de propina. O ministro enfatizou a “imprestabilidade” das provas sob a lei brasileira, impedindo qualquer cooperação internacional com base nesses dados. A ação ocorre em um contexto delicado, meses após Nadine Heredia buscar asilo político no Brasil. Ela foi trazida para Brasília em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) após ser condenada no Peru por lavagem de dinheiro, juntamente com o ex-presidente Ollanta Humala. A Justiça peruana alega que empresas brasileiras, incluindo a Odebrecht, financiaram campanhas políticas do casal com recursos ilícitos. Com essa nova decisão, o STF reforça a posição de que provas obtidas de forma irregular no Brasil não podem ser compartilhadas com outros países, estabelecendo um importante precedente jurídico.