O Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB) concluiu a venda de 5,2% do capital da EDP, alienando mais de 218 mil ações. Cada ação foi vendida por 3,729 euros, gerando um encaixe superior a 814 milhões de dólares. Em reação à saída do quarto maior acionista, a EDP registrou uma queda de mais de 4% na bolsa de Lisboa, atingindo 3,808 euros. A EDP Renováveis também iniciou a sessão em baixa, com uma queda de 1,75%, negociada a 11,79 euros. O fundo era o quarto maior acionista da EDP, detendo 5,44% da elétrica, o que correspondia a 227,5 milhões de ações. A China Three Gorges permanece como o principal acionista, com mais de 21%, seguida pelos espanhóis da Oppidum, com quase 7%, e pelos norte-americanos da BlackRock, com mais de 6%. A EDP encerrou a sessão de segunda-feira com um ganho de mais de 1,7%, cotada a 3,960 euros, enquanto a EDP Renováveis subiu 2,56%, atingindo 12,02 euros. As empresas recuperaram parte das perdas de 3,5 mil milhões de euros sofridas na quinta e sexta-feira, após a apresentação do plano estratégico. O CPPIB e a EDP, contactados para comentar a situação, optaram por não se pronunciar. O grupo EDP apresentou seu plano estratégico até 2028 na semana passada, prevendo um investimento de 12 mil milhões de euros em três anos, ao ritmo de 4 mil milhões por ano. Em comparação com o plano estratégico de 2023, o investimento da EDP será reduzido de 25 mil milhões de euros (23-26) para 12 mil milhões (26-28): de 8,3 mil milhões
de euros anuais previstos em 2023 para 4 milhões anuais. A EDP Renováveis previa um investimento de 20 mil milhões de euros no plano de 2023, em comparação com os atuais 4,5 mil milhões. O plano de 2023 sofreu dois cortes em 2024 e no início deste ano: primeiro, para 17 mil milhões, depois para 14 mil milhões. A EDP não receberá nenhum valor desta transação, conforme comunicado ao mercado. Em resposta, o Goldman Sachs cortou a recomendação da EDP na sexta-feira para 'vender'. A XTB, por sua vez, apontou que o nível de endividamento da EDPR "continua a ser muito grande (quase do tamanho do capital próprio), no qual deve continuar a ser monitorizado de perto pelos investidores". A EDPR planeja adicionar 5 gigawatts de capacidade até 2028, com 2 gigawatts nos EUA já este ano. O ano de 2025 é visto com "nuvens negras", com incertezas sobre as operações nos Estados Unidos. O primeiro ano de Donald Trump na Casa Branca foi volátil para as empresas do setor de energia nos EUA, incluindo a EDP Renováveis (EDPR). Contudo, após 10 meses, há "muito mais clareza sobre as renováveis e os EUA", segundo o presidente-executivo da EDP. A aposta nos EUA permanece, com a empresa esperando colher os frutos da Inteligência Artificial (IA), que será impulsionada por data centers sedentos por energia. "Temos a Google e a Amazon a ligarem-nos", exemplificou Miguel Stilwell d’Andrade durante a apresentação do plano estratégico da EDP para 2026-2028 em Londres. A capacidade de data centers deverá dobrar nos EUA e na Europa até 2030, aumentando a demanda por eletricidade. A empresa já possui 3,3 gigawatts em contratos assinados com grandes empresas de tecnologia em todo o mundo, incluindo Amazon, Microsoft, Google e Meta. "Não é segredo que houve bastante turbulência na primeira metade do ano. Os créditos fiscais chegaram a estar em causa, mas mantiveram-se e com visibilidade até 2030, dando bastante estabilidade para os próximos cinco anos. A principal incerteza desapareceu", afirmou. O peso dos EUA no investimento total da EDPR aumentará em 10 pontos, chegando a 60%: 4,5 mil milhões de euros. O plano total de investimentos da EDP para 2026-2028 será de 12 mil milhões. Este valor representa uma redução em relação aos 25 mil milhões de euros previstos no plano divulgado em 2023, que sofreu cortes sucessivos até atingir 14 mil milhões. "Estamos a ser realistas, não estamos a ser conservadores e vamos construir a partir daí. Se houver procura, avançamos", garantiu o gestor. A mensagem aos investidores e partes interessadas foi clara: "Foco nas renováveis nos EUA e nas redes de eletricidade na Ibéria", disse o gestor durante a apresentação do plano estratégico em Londres. A meta para os próximos anos é construir 5 gigawatts de potência. A previsão é encaixar 5 mil milhões com a rotação de ativos. "Não estamos pressionados por megawatts, preferimos retornos a construir megawatts. Cinco gigas é um número saudável", disse Miguel Stilwell d’Andrade. O gestor assegura que não se comprometerá com projetos adicionais diante do risco de falha. "Se os projetos não estiverem lá porque o mercado vai cair…", a EDP estará mais protegida, destacou. A EDP investirá 12 mil milhões brutos entre 2026 e 2028, incluindo 7,5 mil milhões de euros na EDP Renováveis, focando em eólica, solar e sistemas de armazenamento com baterias, com 60% destes nos EUA. Cerca de 3,6 mil milhões de euros serão destinados a redes de eletricidade, com dois terços na Península Ibérica, "continuando a reforçar o portfólio de produção flexível de eletricidade (flexgen) e clientes na Península Ibérica".
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