O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, apresentou um crescimento de 0,4% em agosto, conforme divulgado nesta quinta-feira (16). O resultado ficou abaixo das expectativas do mercado, que previam um avanço de aproximadamente 0,8%. A divulgação ocorre após meses de retração na atividade econômica, e o número de agosto reforça a tendência de desaceleração da economia brasileira. A alta taxa de juros no Brasil, atualmente em 15%, o nível mais elevado em quase duas décadas, encarece o crédito e impacta o crescimento econômico, com seus efeitos se manifestando entre oito e doze meses. Setores que historicamente dependem mais de crédito estão sendo afetados por essa conjuntura, incluindo a indústria, construção civil e venda de bens duráveis, como veículos, eletrodomésticos e móveis. O setor de serviços, que antes demonstrava maior resiliência, em parte devido ao aquecimento do mercado de trabalho, também começa a mostrar sinais de perda de fôlego. O crescimento em segmentos ligados a custos de salários e mão de obra, por exemplo, apresenta estagnação. A projeção de crescimento do PIB para o ano indica uma desaceleração. A economia, que havia crescido acima de 3% nos últimos anos, deve encerrar 2025 com um crescimento em torno de 2%. Para o próximo ano, a perspectiva aponta para um crescimento ainda menor, na faixa de 1,5%.