A União Europeia impôs novas sanções econômicas à Rússia, juntando-se às medidas punitivas dos Estados Unidos contra a indústria petrolífera russa, implementadas no dia anterior. Autoridades russas e a mídia estatal menosprezaram as ações ocidentais, alegando que são amplamente ineficazes. As sanções visam estrangular as receitas e o fornecimento que financiam a invasão russa da Ucrânia, buscando forçar o presidente Vladimir Putin a negociar o fim da guerra. As medidas foram vistas como uma vitória para o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy, que há muito pressiona a comunidade internacional a punir a Rússia de forma mais abrangente. "Esperávamos por isso. Que Deus abençoe, vai funcionar. E isso é muito importante", disse o líder ucraniano em Bruxelas, onde os países da UE anunciaram a mais recente rodada de sanções à Rússia. Apesar dos esforços de paz liderados pelos EUA nos últimos meses, a guerra não mostra sinais de terminar após mais de três anos de combates, e os líderes europeus estão cada vez mais preocupados com a ameaça russa. As forças ucranianas têm, em grande parte, contido o exército russo, maior, em uma guerra de atrito lenta e destrutiva ao longo de uma linha de frente de aproximadamente 1.000 quilômetros (600 milhas) que se estende pelo leste e sul da Ucrânia. Ataques russos de longo alcance quase diários têm como alvo a rede elétrica da Ucrânia antes do inverno rigoroso, enquanto as forças ucranianas têm como
alvo refinarias de petróleo e instalações de manufatura russas. As sanções visam áreas-chave da economia russa. A receita de energia é o esteio da economia russa, permitindo que Putin invista dinheiro nas forças armadas sem piorar a inflação e evitar um colapso da moeda. As medidas da UE visam especialmente o petróleo e o gás russos. Elas proíbem as importações de gás natural liquefeito russo para o bloco e adicionam proibições portuárias a mais de 100 novos navios da frota fantasma russa, composta por centenas de petroleiros envelhecidos que estão contornando as sanções. As últimas sanções elevam o número total de navios proibidos para 557. As medidas também visam transações com uma criptomoeda cada vez mais utilizada pela Rússia para contornar as sanções; proíbem operações no bloco usando cartões e sistemas de pagamento russos; restringem o fornecimento de serviços de IA e serviços de computação de alto desempenho a entidades russas; e ampliam uma proibição de exportação para incluir componentes eletrônicos, produtos químicos e metais usados na fabricação militar. Um novo sistema para limitar a movimentação de diplomatas russos dentro da UE de 27 nações também será introduzido. Zelenskyy instou mais nações a punir a Rússia. "Este é um bom sinal para outros países do mundo se juntarem às sanções", disse ele a jornalistas em Bruxelas. Os preços internacionais do petróleo bruto subiram mais de US$ 2 por barril na quinta-feira, com a notícia das sanções adicionais. A Rússia rejeita as sanções dos EUA e da UE. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, descreveu as novas sanções dos EUA como "totalmente contraproducentes, inclusive em termos de sinalização em favor ou de alcançar uma solução negociada significativa para o conflito ucraniano". "Se a atual administração dos EUA seguir o exemplo de seus antecessores, que tentaram coagir ou forçar a Rússia a sacrificar seus interesses nacionais por meio de sanções ilegais, o resultado será exatamente o mesmo — desastroso do ponto de vista político doméstico e prejudicial para a estabilidade da economia global", disse Zakharova. A mídia russa estatal e pró-Kremlin, em sua maioria, ignorou a notícia. "Pressão ou não, não tornará as coisas mais doces para Zelenskyy. E, o que é mais, não trará a paz mais perto", disse a Komsomolskaya Pravda, um popular tabloide pró-Kremlin. A agência estatal de notícias russa RIA Novosti disse em uma coluna que as novas sanções foram "dolorosas, como de costume, mas não mortais. Também como de costume". A eficácia das sanções econômicas para forçar a mão de Putin é questionável, dizem analistas. A economia russa provou ser resiliente até agora, embora mostre sinais de tensão. Altos funcionários na Europa e nos Estados Unidos debateram por meses sobre a melhor forma de aumentar a pressão sobre o Kremlin. As novas medidas da UE levaram quase um mês para serem decididas. O bloco de 27 nações já impôs 18 pacotes de sanções contra a Rússia por causa da guerra, mas obter um acordo final sobre quem e o que atingir pode levar semanas. Moscou também provou ser adepta de contornar as sanções. As sanções dos EUA contra as gigantes do petróleo russas Rosneft e Lukoil vieram depois que Trump disse que seu plano para uma reunião rápida com Putin estava em espera porque ele não queria que fosse uma "perda de tempo". Foi a última reviravolta nos esforços de Trump, ora calorosos, ora frios, para acabar com a guerra, já que Putin se recusa a ceder às suas exigências. Na quarta-feira, em um aparente lembrete público dos arsenais atômicos russos, Putin ordenou exercícios das forças nucleares estratégicas do país. Ataques de drones continuam durante a noite. Os dois lados continuaram a se bombardear com ataques durante a noite. Em uma vila na região de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, a Rússia conduziu um chamado ataque de drone de "duplo toque", atingindo o mesmo lugar pela segunda vez quando os primeiros socorristas chegaram ao local do primeiro ataque, disse o chefe regional Oleh Syniehubov. Um socorrista foi morto e cinco de seus colegas ficaram feridos, disse Syniehubov. Drones russos também atacaram três distritos de Kyiv, ferindo oito pessoas, de acordo com o gabinete do promotor da cidade. O Ministério da Defesa russo, por sua vez, relatou interceptar e destruir 139 drones ucranianos sobre regiões russas e a península da Crimeia anexada durante a noite. Não comentou relatos não confirmados de que drones ucranianos atingiram outra refinaria de petróleo e uma instalação de energia não especificada.
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Esta matéria foi adaptada e reescrita pela equipe editorial do TudoAquiUSA
com base em reportagem publicada em
The Independent
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