Trump Ataca a ABC Novamente e Ameaça Licenças Após Questionamentos Sobre Epstein: O Que Está Acontecendo?

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar a emissora ABC, sugerindo que as licenças de transmissão das afiliadas da rede deveriam ser revogadas. A declaração ocorreu após uma repórter da ABC questionar Trump sobre a não divulgação de documentos relacionados ao caso Jeffrey Epstein. Durante uma visita do príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, ao Salão Oval, Trump dirigiu-se à jornalista Mary Bruce com críticas, afirmando que ela era uma "péssima repórter" e que deveria "aprender a ser repórter". Ele acrescentou que a licença da ABC deveria ser retirada, justificando sua posição com a alegação de que as notícias da emissora seriam "falsas e erradas". Trump mencionou o presidente da FCC (Comissão Federal de Comunicações), Brendan Carr, sugerindo que ele deveria analisar a situação. Carr, que foi nomeado para liderar a agência durante a gestão Trump, já havia publicado em suas redes sociais uma foto com o ex-presidente. Esta é a segunda vez em poucos meses que a ABC é alvo de críticas de Trump. Em setembro, ele já havia ameaçado a licença da emissora e elogiado Carr, que pressionava a ABC a remover Jimmy Kimmel do ar por comentários sobre a morte do ativista conservador Charlie Kirk. A FCC, uma agência federal independente, concede licenças de oito anos para estações de transmissão individuais. A revogação de uma licença pela agência é possível, mas é um procedimento raro, tendo sido utilizado pela

última vez há quatro décadas. Trump também já havia pedido à NBC que demitisse o apresentador Seth Meyers e criticado seu monólogo satírico. Tais pressões nem sempre surtiram efeito, como no caso de Kirk, em que Kimmel foi reintegrado. Em outros casos, a influência parece ter sido efetiva. Em julho, a FCC aprovou a fusão da CBS com a Skydance Media após um acordo que envolvia o fim de programas de diversidade e a nomeação de um responsável por analisar reclamações de parcialidade. Carr também reinstaurou a análise de reclamações sobre a CBS, ABC News e NBC. As ações de Carr contrastam com as de Ajit Pai, presidente da FCC durante o primeiro mandato de Trump, que rejeitou pedidos de revogação de licenças da NBC. O ataque desta terça-feira se soma a outras agressões de Trump contra a imprensa. Na sexta-feira (14), Trump chamou Catherine Lucey, correspondente da Bloomberg News, de "porquinha", após ser questionado sobre sua relação com Epstein. Lucey perguntou o que Epstein quis dizer quando afirmou que Trump "sabia sobre as garotas". Trump respondeu com uma tentativa de desviar o assunto para Bill Clinton e interrompeu Lucey com ofensas. Jake Tapper, da CNN, e Gretchen Carlson, ex-âncora da Fox News, criticaram a atitude de Trump. O caso Epstein é conhecido por seus crimes de exploração e tráfico sexual de menores, com o bilionário, que se suicidou na prisão, supostamente tendo envolvido mais de mil adolescentes. O caso ganhou notoriedade pela gravidade e pelas conexões de Epstein com figuras públicas, incluindo Trump, que manteve uma amizade de mais de uma década com o financista.

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