O roubo no Museu do Louvre em Paris chocou o mundo da arte, embora tais roubos espetaculares tenham uma longa tradição. O que motivou os criminosos e onde o saque pode parar? O patrimônio cultural roubado do Museu do Louvre em Paris em 19 de outubro é inestimável: as tiaras, broches e colares da época de Napoleão III são peças da história francesa. A investigação sobre os ladrões que roubaram as joias da coroa francesa ainda não tem pistas. Os investigadores estão analisando ligações com redes de bens roubados da Europa Oriental que adquirem objetos de arte em nome de colecionadores ricos - ou os usam como moeda em comércio ilegal. O especialista Tim Carpenter, chefe da organização de proteção à arte Argus Cultural Property Consultancy e ex-chefe da divisão de crimes de arte do FBI, disse que "obras de arte tradicionais" como pinturas ou gravuras que são bem conhecidas são "difíceis de monetizar" e revender no mercado. A situação é diferente com metais e pedras preciosas, que Carpenter diz que "têm sido cada vez mais visados por ladrões, particularmente na Europa". "É claro que eles podem derreter esses materiais", explicou, acrescentando que é uma "terrível perda de patrimônio cultural". No caso do Louvre, porém, Carpenter não acredita que o saque será destruído: "Estas são peças muito importantes e presumo que esses criminosos vão querer mantê-las juntas. Elas são altamente identificáveis". Mas, embora o roubo audacioso no Louvre
seja um choque, o assalto é o mais recente de uma longa série de roubos de arte ousados. Dresden 2019: O golpe no Green Vault Em 25 de novembro de 2019, dois homens mascarados invadiram o Palácio Real de Dresden, na Saxônia, Alemanha. Usando um machado, eles quebraram as vitrines do museu Green Vault e roubaram 21 peças de joias que incluíam mais de 4.000 diamantes no valor de cerca de 113 milhões de euros (US$ 131,6 milhões). Membros do clã Remmo estavam por trás do golpe, o sindicato do crime de Berlim já havia atraído atenção por roubos espetaculares. Partes do saque foram recuperadas em 2022 após confissões, no entanto, muitas joias continuam desaparecidas. O caso mostra como as estruturas do clã transformaram o roubo de arte em um negócio profissional que é organizado, preciso - e implacável. Apesar das dificuldades em vender os bens roubados, o roubo de conjuntos de joias históricas se tornou altamente lucrativo, observa a historiadora de arte Ulli Seeger. "Gangues internacionalmente conectadas estão cada vez mais focando em objetos que têm um alto valor material - ouro, pedras preciosas, moedas", observou Seeger. "Estes são mais fáceis de vender do que obras de arte que aparecem em todos os catálogos." No entanto, as joias em particular teriam que ser completamente alteradas primeiro, caso contrário, poderiam ser imediatamente identificadas por seu corte histórico, explicou o especialista. Berlim 2017: A "Big Maple Leaf” do Museu Bode Dois anos antes do roubo em Dresden, membros do clã Remmo invadiram o Museu Bode em Berlim por uma janela à noite e roubaram uma moeda de ouro de 100 quilos, a "Big Maple Leaf". Valor material: cerca de 3,75 milhões de euros. Os ladrões estavam interessados apenas no ouro e em transformá-lo em dinheiro, então a moeda canadense foi destruída e derretida. Paris 2010: Homem-Aranha sobe para Picasso Em 2010, Vjeran Tomic, conhecido como "Homem-Aranha" por suas habilidades de escalada, subiu no Museu de Arte Moderna em Paris. Seu saque: cinco obras-primas de Picasso, Matisse, Modigliani, Braque e Leger - no valor total de cerca de 100 milhões de euros. Tomic foi pego, mas alegou ter agido em nome de um colecionador. As pinturas ainda estão desaparecidas hoje - presumivelmente destruídas para eliminar evidências. Boston 1990: O maior roubo de arte de todos os tempos Em março de 1990, dois homens uniformizados entraram no Museu Isabella Stewart Gardner em Boston. Eles amarraram os seguranças e roubaram 13 obras de arte - incluindo pinturas de Vermeer, Rembrandt e Degas. Valor: mais de US$ 500 milhões. O caso permanece sem solução até hoje. Os investigadores suspeitam que as obras estejam circulando em círculos da máfia como "valores mobiliários clandestinos". O caso é lendário - e tema de inúmeros documentários. Quem está por trás disso? A arte tem potencial ilimitado de valorização e é difícil de rastrear. Para criminosos, pode ser a moeda perfeita. O roubo de arte está desempenhando um papel cada vez mais importante no crime organizado, que tem um alto nível de experiência logística e estruturas bem estabelecidas, especialmente na Alemanha. No sul e leste da Europa, a arte é usada como mercadoria no tráfico de drogas e armas. É claro que também existem criminosos solitários, especialmente pessoas de dentro, como seguranças ou funcionários que conhecem os pontos fracos nos sistemas de segurança do museu. E, finalmente, embora raro e muitas vezes romantizado em filmes de Hollywood, pode haver colecionadores particulares em todo o mundo que simplesmente querem possuir uma obra de arte e contratarão ladrões para obtê-la para eles. De acordo com a Interpol, obras de arte no valor de mais de US$ 6 bilhões são roubadas a cada ano - apenas cerca de 10% reaparecem. O golpe no Louvre é mais um lembrete de que a arte não é apenas bonita, mas também vulnerável - e que o mercado negro de bens culturais está em alta. Editado por: Andreas Illmer
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