Rockström Acusa: COP30 em Risco? Oceano Define Nosso Futuro, Alerta Cientista!

Johan Rockström, renomado cientista climático, critica a falta de ambição na COP30 e alerta para a urgência de ação. Oceano é chave para o futuro.

Johan Rockström, um dos mais respeitados cientistas climáticos do mundo, expressou grande preocupação com o andamento das negociações na COP30. Em conversa com jornalistas portugueses, Rockström criticou as propostas para a redução do desmatamento e a eliminação gradual dos combustíveis fósseis, considerando-as 'provocatórias'. Ele também elogiou a liderança brasileira na COP30. Rockström, que dirige o Instituto de Pesquisa de Impacto Climático de Potsdam (PIK), na Alemanha, destacou a lentidão na redução das emissões, que estão a ocorrer dez vezes mais lentamente do que o necessário. Ele enfatizou a necessidade urgente de um roteiro para abandonar os combustíveis fósseis, com metas claras e prazos definidos para cada país, para os próximos três anos. O cientista alertou que as florestas estão a perder a capacidade de absorver carbono, transformando-se em fontes de calor. Sobre a COP30, Rockström expressou preocupação com a falta de progresso nos objetivos estabelecidos, especialmente em relação à eliminação gradual dos combustíveis fósseis e à redução do desmatamento. Ele defendeu a criação de um plano de trabalho com metas quantificadas para cada país, anualmente, nos próximos três anos. Rockström ressaltou que a situação é urgente e que é preciso reduzir as emissões globais em 5% ao ano, em vez do aumento atual de 1% ao ano. Ele criticou a proposta de um workshop como uma medida insuficiente. O especialista mencionou

o Acordo de Paris, que, embora legalmente estruturado, possui fragilidades devido ao caráter voluntário dos planos nacionais. Rockström propôs que cada país tenha uma quota definida, com metas anuais e um acompanhamento contínuo. Além disso, destacou a importância do financiamento para ajudar as economias em desenvolvimento a adotar energias renováveis e desativar as centrais a carvão. Rockström também abordou a questão do desmatamento, apontando que as florestas estão a perder a capacidade de absorver carbono. Ele mencionou a necessidade de proteger os oceanos e a natureza, que absorvem cerca de 50% das emissões provenientes da queima de combustíveis fósseis. Se esses sistemas naturais forem comprometidos, os recursos naturais podem desaparecer, paralisando a economia global. Rockström elogiou a liderança brasileira na COP30, destacando a importância de um país que goza da confiança tanto do Sul quanto do Norte Global. Ele afirmou que, sem essa liderança, a conferência poderia ter descarrilado. O cientista ressaltou que o oceano desempenha um papel crucial na determinação do futuro do planeta, absorvendo 90% do calor e 25% do dióxido de carbono. Ele defendeu a proteção sustentável dos oceanos, por meio da pesca sustentável, gestão sustentável da terra e áreas marinhas protegidas, em vez de recorrer a medidas de mitigação, como a geoengenharia. Rockström também mencionou a importância de incluir os oceanos nas negociações climáticas, reconhecendo os limites planetários e distribuindo os orçamentos de carbono de forma justa entre todos os países. Ele acredita que a UE tem uma responsabilidade especial em pressionar por ações mais ambiciosas, mas também em oferecer apoio financeiro para a transição dos países em desenvolvimento. O cientista comentou sobre a China, afirmando que não se pode pressioná-la demais no momento, e que ela pode surpreender o mundo ao atingir o pico de emissões antes de 2035. Ele acredita que a China pode desempenhar um papel importante, abandonando os investimentos em novas centrais a carvão. Rockström lembrou que o grande avanço de Paris foi o reconhecimento de que todos compartilham a mesma atmosfera e que todos precisam descarbonizar. Ele concluiu que o sucesso da COP30 dependerá da ação imediata em relação à descarbonização e à proteção dos oceanos.

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