A violência nas favelas do Rio de Janeiro, especialmente nos complexos da Penha e do Alemão, Zona Norte, chocou a cidade com cenas de corpos expostos, afetando diretamente a vida de quem reside na área e, de forma menos visível, a Zona Sul. Na terça-feira, enquanto a violência se desenrolava, a rotina na Zona Sul seguiu aparentemente normal, mas o impacto se fez sentir com a falta de trabalhadores, atrasos nas entregas e ausências que denunciavam a gravidade da situação. A maioria dos trabalhadores que sustentam a região mais rica da cidade reside nas áreas afetadas pela violência. A autora questiona a atenção dada a esses eventos, sugerindo uma comparação com a personagem Arminda, da novela das nove, que parece se importar apenas com a força de trabalho vinda da periferia, negligenciando as histórias e dificuldades individuais. A autora ressalta que, embora a responsabilidade pelos direitos básicos dos cidadãos seja do Estado, a questão central é a humanidade e a responsabilidade social. É fundamental reconhecer que algumas realidades, embora pareçam distantes, estão intrinsecamente ligadas à vida de todos. Enquanto se discute o ocorrido, famílias choram a perda de seus entes e tentam seguir em frente, com a comunidade realizando o recolhimento dos mortos, muitas vezes, sozinha.