A Ilha Mauá, localizada no bairro Arquipélago, em Porto Alegre, se tornou uma área deserta, conhecida como 'cidade fantasma', após a saída das últimas famílias que ali residiam. O silêncio tomou conta do local, restando apenas escombros e ruas vazias. A comunidade, que já abrigou cerca de 90 famílias, agora enfrenta o abandono, com casas demolidas e terrenos limpos. A desocupação da área, classificada como de alto risco de inundação, faz parte de um programa federal de compra assistida, que realoca os moradores. Segundo a prefeitura, a ação é um esforço conjunto com o governo federal para retirar moradores de áreas vulneráveis. O secretário de Obras e Infraestrutura, André Flores, explicou que os moradores recebem uma nova moradia em troca da antiga, com a demolição e limpeza dos terrenos. O programa já cadastrou 2.963 beneficiários nas ilhas de Porto Alegre, com 1.939 famílias já contempladas até o início de outubro. A moradora Cida Marques, que residiu na ilha por 64 anos, está deixando o local. O padre Rudimar Dal Asta reconhece o peso da decisão, mencionando o medo constante das enchentes. O pescador Eder Ribeiro também aguarda sua nova moradia, refletindo sobre as lembranças da infância e a esperança por um futuro melhor.