Em 10 de novembro de 1937, o então presidente do Brasil, Getúlio Vargas, anunciou o fechamento do Congresso Nacional, a outorga de uma nova Constituição e a proclamação do Estado Novo, um período ditatorial que se estendeu até 1945. O mandatário, com o respaldo do Exército, discursou no Palácio Guanabara, no Rio de Janeiro, com transmissão via rádio. Ele justificou a mudança de regime como necessária para "reajustar o organismo político às necessidades econômicas do país".
O que se seguiu foi o controle total do Executivo por Vargas, com a nomeação de interventores nos estados, a centralização de funções pelo governo federal e a consolidação de sua imagem de "pai dos pobres", impulsionada pelo Departamento de Imprensa e Propaganda. Após oito anos de ditadura, Vargas enfrentou forte pressão social e militar para renunciar e ceder o comando da República a um sucessor por meio de eleições, deixando o cargo em 29 de outubro de 1945.
Getúlio Vargas, um político gaúcho experiente com vasta trajetória na Primeira República, tendo sido senador, governador do Rio Grande do Sul, ministro da Fazenda sob Washington Luís e deputado, chegou ao poder em 1930, após um golpe de Estado que interrompeu o governo de Washington Luís e impediu a posse de Júlio Prestes, estabelecendo um governo provisório. Vargas começou a centralizar o poder, o que gerou conflitos como a Revolução Constitucionalista de 1932.
Dois anos depois, buscando acomodar diversas                                
                                                                    
                                    
                                    
                                        
                                             demandas sociais, foi promulgada a Constituição de 1934, com a instituição do voto secreto e do voto feminino. Vargas foi eleito indiretamente para um mandato de quatro anos, sem direito à reeleição. Um ano depois, ocorreu a Intentona Comunista, liderada por Luís Carlos Prestes e que visava um governo comunista, mas foi contida. Vargas usou o movimento para disseminar a ideia de uma ameaça comunista.
Em 1937, foi forjado o Plano Cohen, plantado pelos integralistas, que afirmava que os comunistas planejavam uma revolução maior, com apoio da União Soviética. Vargas usou essa narrativa para justificar um novo golpe de Estado, ampliando seus poderes. Ele passou a argumentar que uma campanha eleitoral em 1938 poderia causar instabilidade política. Vargas articulou com as Forças Armadas e a política local, buscando lealdade e aparelhamento do Estado. Ele também cultivou o apoio dos integralistas e, após o vazamento do Plano Cohen, em 10 de novembro, fechou o Congresso, decretou o novo texto constitucional e proclamou o Estado Novo. Apenas dois governadores renunciaram em protesto. Em dezembro de 1937, todos os partidos foram fechados e a atividade política tornou-se clandestina.
Nunca houve eleições nesse período, e o Judiciário foi enfraquecido. Vargas investiu na censura, proibindo a pena de morte para manifestações políticas e criando o Departamento de Imprensa e Propaganda para controlar as informações. Vargas também investiu na criação de estatais, buscando fomentar a atividade de indústrias de base. No setor público, criou o Departamento Administrativo do Serviço Público, buscando racionalizar a burocracia nacional. Entre as empresas criadas estão a Vale e a CSN, além de outras. Com a industrialização, Vargas buscou regularizar as condições de trabalho com a criação da CLT, regras como férias e limite de horas semanais. O governo também instaurou a Justiça do Trabalho. Essas políticas foram combinadas com a construção da imagem de Vargas como "pai dos pobres" pelo Departamento de Imprensa e Propaganda.
Vargas assumiu a Presidência em 1930 com apoio dos militares, que buscavam maior espaço no governo. Getúlio fortaleceu o Exército e a Marinha. Os militares apoiaram o golpe de 1937, e Dutra, que depois foi eleito chefe do Executivo, tornou-se ministro da Guerra. Durante o regime ditatorial, Vargas criou a Força Aérea Brasileira, em 1941. Contudo, a relação com os militares se desgastou, especialmente com o envio de tropas à Segunda Guerra Mundial e as discordâncias sobre a restrição dos direitos políticos e a condução da política econômica.
O Estado Novo e Getúlio Vargas começaram a enfrentar desgaste a partir de 1943, com o surgimento de uma oposição aberta. Em 1945, as tensões sociais e com os militares se deterioraram ainda mais. A entrevista de José Américo, candidato a presidente em 1938, foi um marco na retomada da liberdade de imprensa. Em maio, foi fixado o dia 2 de dezembro como o dia das eleições presidenciais. Luís Carlos Prestes e outros presos políticos foram anistiados e os partidos foram autorizados a atuar novamente. Os militares pediram a renúncia de Vargas. A tensão aumentou quando Getúlio nomeou Benjamim Vargas, seu irmão, para chefe da polícia do Rio. Os ministros militares articularam tropas no Distrito Federal, e Vargas renunciou, voltando para São Borja (RS), sua cidade natal.                                        
                                        
                                                                                    
                                                
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                                                                                                                                                                        com base em reportagem publicada em
                                                            
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