O que vem depois? Tensão em Gaza após a troca de reféns e o futuro do cessar-fogo em xeque

Com a libertação de reféns, o cessar-fogo em Gaza enfrenta novos desafios: desmilitarização, governança e retirada israelense. Acompanhe os próximos passos cruciais.

Após a libertação de aproximadamente 2.000 prisioneiros palestinos por Israel e a soltura dos últimos 20 reféns pelo Hamas, a questão que domina é: 'O que acontecerá com o cessar-fogo em Gaza?'. Este foi o primeiro passo para o fim da guerra em larga escala de Israel contra Gaza, parte do plano de trégua de 20 pontos anunciado em 8 de outubro. No entanto, o fim dos bombardeios israelenses não significa paz. Muitas questões, como o desarmamento do Hamas, a governança do território sitiado e a retirada total israelense, ainda precisam ser negociadas. Qual é a próxima fase do cessar-fogo em Gaza? Antes da libertação dos reféns, soldados israelenses se retiraram para o que está sendo chamado de 'linha amarela' – um limite dentro de Gaza que marca a primeira de três etapas da retirada militar. Isso significa que Israel ainda controla cerca de 53% do território. De acordo com o plano, 'durante este período, as operações militares, incluindo bombardeios aéreos e de artilharia, serão suspensas, e as linhas de batalha permanecerão congeladas até que as condições para a retirada completa por etapas sejam atendidas'. Gaza será desmilitarizada e toda a 'infraestrutura militar, terrorista e ofensiva' será destruída. A Faixa também será inicialmente governada por um comitê de transição temporário de tecnocratas palestinos – supervisionado por um 'Conselho da Paz' liderado por Trump e com a participação de Tony Blair. O que está acontecendo em

Gaza agora? Ajuda humanitária começou a entrar lentamente na Faixa, com trabalhadores humanitários e parceiros agora capazes de se mover mais facilmente 'em várias áreas'. A agência humanitária da ONU, OCHA, afirmou que garantiu a aprovação israelense para a entrada de 190.000 toneladas de alimentos, itens de abrigo, medicamentos e outros suprimentos, 20.000 a mais do que o acordado anteriormente. Pela primeira vez desde março, gás de cozinha foi permitido dentro da Faixa. Além disso, 'mais tendas para famílias deslocadas, carne congelada, frutas frescas, farinha e medicamentos também cruzaram para Gaza ao longo do domingo', informou a OCHA em uma atualização. Enquanto Trump se reunia com líderes globais em Sharm el-Sheikh, Egito, ele disse que a reconstrução em Gaza começou, com estados regionais financiando o esforço. 'Estamos prontos para contribuir com uma força de estabilização em Gaza', disse Pascal Confavreux, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da França. Trump afirmou: 'Em outra sala, você tem os países mais ricos do mundo, todos os líderes. Os grandes líderes estão aqui, os emires e os reis e todos. Acho que você verá um progresso tremendo no Oriente Médio.' O cessar-fogo em Gaza foi quebrado? O exército israelense afirmou que abriu fogo hoje para remover uma ameaça de suspeitos que se aproximaram de suas forças no norte da Faixa de Gaza. O exército disse que os suspeitos haviam cruzado um limite para uma retirada inicial israelense sob o plano de cessar-fogo, em uma violação do acordo. A autoridade de saúde local de Gaza disse que o exército israelense matou seis palestinos em dois incidentes separados em todo o território. Hamas ainda está operando dentro de Gaza? Forçar o Hamas a se desarmar e desmilitarizar Gaza – pré-condições para Israel se retirar totalmente do território – pode ser muito mais difícil do que a libertação dos reféns. Desde o cessar-fogo, o Ministério do Interior do Hamas em Gaza enviou forças de segurança em um esforço para evitar um vácuo de segurança que seria preenchido por ilegalidade e saques. Embora Trump tenha exigido que o Hamas entregasse suas armas, ele indicou que o grupo teve sinal verde para operações de segurança interna, dizendo que eles queriam 'parar os problemas' e 'nós lhes demos aprovação por um período de tempo'. Isso ocorreu quando as forças do Hamas mataram 32 membros de 'uma gangue' na cidade de Gaza em uma campanha de segurança lançada após o cessar-fogo entrar em vigor na sexta-feira. Até seis de seus militantes também foram mortos nos confrontos, disse uma fonte de segurança palestina na segunda-feira. O oficial disse que a operação de segurança na cidade de Gaza teve como alvo membros de uma 'gangue perigosa afiliada a uma família na cidade de Gaza'. A operação levou à prisão de 24 pessoas e ferimentos em outras 30, disse o oficial.

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