O novo Provedor Jesus Crispin Remulla prometeu tornar o gabinete mais transparente, responsável e eficiente, afirmando que os filipinos têm o direito de saber como os casos contra funcionários do governo estão sendo resolvidos. "Transparência e responsabilidade — é isso que as pessoas procuram", disse Remulla em sua primeira entrevista desde que assumiu o cargo. "O público quer saber o que o Provedor está fazendo. Vamos deixá-los ver que há justiça aqui." A nomeação de Remulla na terça-feira foi anunciada pelo Secretário do Gabinete de Comunicações Presidenciais, Dave Gomez. "Como Provedor, espera-se que Remulla defenda a transparência, fortaleça as medidas anticorrupção e garanta que a justiça seja administrada de forma justa e eficiente", disse Gomez. "Não haverá vacas sagradas, nem isenções, nem desculpas. Cargo público é confiança pública, e aqueles que a traírem serão responsabilizados." Gomez enfatizou que a nomeação de Remulla seguiu o processo do Conselho Judicial e da Ordem dos Advogados (JBC). "O secretário Remulla foi examinado pelo JBC e nomeado pelo Presidente. A lista curta é uma recomendação, mas a decisão final cabe ao Presidente", explicou ele.
Portas abertas do Provedor
Remulla disse que planeja abrir mais o gabinete ao público e à mídia, criando um escritório de mídia dedicado que fornecerá atualizações regulares sobre casos e investigações. "Haverá mais entrevistas e mais notícias vindas do gabinete do
Provedor", disse ele. Ele enfatizou que quer acelerar as resoluções de casos, dizendo que longos atrasos enfraquecem a fé no sistema de justiça. "Queremos acelerar o processo. Já sabemos o que está acontecendo, então devemos agir mais rápido", disse ele. "Vamos coordenar de perto com o Sandiganbayan para minimizar os atrasos e garantir que os casos prossigam rapidamente para o tribunal."
Prioridades e reformas
Remulla disse que seu primeiro foco seria validar as reclamações envolvendo obras públicas e projetos de controle de enchentes, particularmente aqueles já sinalizados pelo Departamento de Obras Públicas e Rodovias (DPWH). Ele também prometeu analisar questões relacionadas a fundos confidenciais e outros casos levantados em inquéritos do Congresso, enfatizando que todas as investigações serão "justas e baseadas em evidências". "O trabalho do Provedor é para todo o país, não para uma pessoa ou um grupo", disse ele. "Todos os órgãos do governo devem ser responsáveis perante a lei." Adotando a eficiência no estilo DoJ, inspirando-se em sua experiência como secretário da Justiça, Remulla disse que planeja adotar reformas semelhantes no gabinete do Provedor, incluindo a avaliação antecipada de reclamações para eliminar casos fracos e incômodos. Ele também quer introduzir "mecanismos de crowdsourcing" onde os cidadãos podem apresentar pistas ou informações que possam ajudar nas investigações. "Crowdsourcing de informações é uma grande ajuda", disse ele. "Criaremos maneiras para o público compartilhar informações sobre funcionários que devem ser investigados." Ao mesmo tempo, Remulla disse que seu gabinete defenderá a privacidade e o devido processo para evitar a disseminação de acusações falsas ou prematuras. "Não queremos arriscar a reputação de ninguém por meio de divulgações prematuras." Um mandato que abrange todos Remulla ressaltou que o mandato constitucional do Provedor — responsabilizar os funcionários públicos — se aplica a todos os órgãos e níveis de governo. "Todo o sistema de governo é a preocupação deste gabinete", disse ele. "Todos devem viver de acordo com o código de ética e seguir a lei." O presidente Ferdinand Marcos Jr. nomeou Remulla para substituir Samuel Martires, cujo mandato de sete anos havia terminado. Remulla confirmou que o subsecretário de Justiça Fredderick Vida servirá como encarregado do Departamento de Justiça após sua partida.
Apoio da Câmara
Os sentimentos na Câmara foram geralmente positivos. A ex-secretária de Justiça e deputada liberal Leila de Lima instou Remulla a permanecer independente e responsabilizar todos os funcionários, inclusive na investigação em andamento sobre controle de enchentes. "Quem se tornar alvo da investigação de seu gabinete deve ser acusado e responsabilizado. Ele não deve poupar ninguém e ouvir o público furioso com a corrupção", disse ela. A deputada Bicol Saro Terry Ridon prometeu cooperar, fornecendo todos os documentos e evidências de investigações anteriores. O deputado Ako Bicol Alfredo Garbin destacou a confiança de Marcos na "mente jurídica afiada" de Remulla, apesar da oposição formidável. A deputada Akbayan Perci Cendaña instou Remulla a restaurar o acesso público aos SALNs dos funcionários e acelerar os casos relacionados a anomalias de controle de enchentes.
Críticos chamam de 'dia sombrio'
A nomeação de Remulla, no entanto, foi imediatamente recebida com indignação de grupos de oposição e críticos que questionaram a independência do Gabinete do Provedor. O Partido Demokratiko Pilipino (PDP) denunciou a medida como "outro dia sombrio na história da nação". O porta-voz adjunto do PDP, Ferdinand Topacio, acusou o presidente Marcos de politizar o cargo, chamando a nomeação de Remulla de "a mais controversa na história do Provedor". "Pela primeira vez, uma pessoa — que é ao mesmo tempo um político ativo, o alter ego de um presidente em exercício e uma pessoa amplamente conhecida por ter politizado o Departamento de Justiça — foi imprudentemente nomeada para um cargo constitucional", disse o PDP. "Mais uma vez, o presidente Marcos enfraqueceu severamente, senão destruiu, uma instituição reverenciada", acrescentou, alertando que a medida pode fazer parte de uma tentativa de "perpetuar sua camarilha no poder além de 2028". "Protestar ou perecer! Esse é o chamado dos tempos", declarou Topacio.
Reações mistas de Davao
O deputado da cidade de Davao, Paolo “Pulong” Duterte, também reagiu fortemente à nomeação. "Faz sentido. Com todos os problemas envolvendo pessoas no governo agora, eles precisam de toda a ajuda para encobrir, mesmo ao custo de zombar de nossa Constituição. Deus abençoe as Filipinas", disse Duterte. Alguns moradores de Davao e apoiadores de Duterte também expressaram decepção online, alegando que a independência do Provedor agora está "em risco de ser usada como arma" para proteger aliados e silenciar críticos.
'A justiça deve ser vista'
apesar da reação, Remulla se manteve firme, dizendo que sua liderança será guiada pela justiça e pelo estado de direito. "O público merece ver uma justiça que seja rápida e transparente", enfatizou.
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Esta matéria foi adaptada e reescrita pela equipe editorial do TudoAquiUSA
com base em reportagem publicada em
Tribune
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