Lula na Berlinda: Apoio a Maduro Ignora COP30 e Joga Brasil em Relações Perigosas

A notícia, intitulada "Mistura de alhos com bugalhos", aborda a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de comparecer à reunião da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) com a União Europeia, na Colômbia, em vez de se dedicar à COP30, a Conferência das Nações Unidas Sobre as Mudanças Climáticas, sediada no Brasil. O autor, Nuno Vasconcellos, compara a situação a um pai que abandona a festa de casamento da filha para se envolver em um evento menos relevante. A ausência de Lula em Fernando de Noronha, onde seria inaugurado um sistema de energia solar, e sua ida à Colômbia, para uma reunião com foco em fortalecer o diálogo da América Latina com a União Europeia, é criticada. O objetivo da viagem, segundo o chanceler Mauro Vieira, é demonstrar apoio à Venezuela e a Nicolás Maduro, em um momento em que o Brasil deveria estar no centro das atenções globais devido à COP30. Lula, que nunca escondeu críticas ao governo americano em relação a Maduro, decide demonstrar solidariedade ao ditador venezuelano, acusado de liderar o Cártel de los Soles. O autor relembra que Maduro, após a pressão de Donald Trump, passou a adotar um discurso pacifista. Lula, em encontro com Trump, defendeu a paz na América do Sul, mas a viagem à Colômbia é vista como uma escolha que pode prejudicar a imagem do Brasil. A reunião da CELAC, que tem como objetivo apoiar Maduro, é vista como uma tentativa de salvá-lo, com a presença de líderes

de esquerda latino-americanos dispostos a culpar os Estados Unidos pelos problemas da região. A ausência de líderes como Javier Milei, presidente da Argentina, e a preferência de outros líderes em prestigiar a posse do novo presidente da Bolívia, Rodrigo Paz, em vez de participar da reunião da CELAC, ressaltam a divisão na região. A viagem de Lula à Colômbia é vista como uma escolha ruim, que pode dificultar o trabalho do Brasil em busca de credibilidade como potência energética. Nos bastidores do Itamaraty, a influência de Celso Amorim, assessor para assuntos internacionais, é apontada como um fator importante na decisão. Amorim, conhecido por suas posições antiamericanas, parece preferir evitar qualquer ação que facilite o entendimento com os Estados Unidos. A discussão sobre a defesa da Venezuela em caso de conflito, levantada por Amorim, é criticada, pois os ataques americanos às embarcações de tráfico ocorrem em águas internacionais, longe da fronteira brasileira. A América do Sul, vista por Trump como epicentro de uma guerra contra o tráfico de drogas, é um ponto de tensão. A viagem de Lula a Santa Marta é vista como uma tentativa de testar os limites da relação com Trump, com o Brasil escolhendo se afastar dos parceiros ocidentais e se aproximar de países como China, Rússia e Irã. As relações entre Brasil e Estados Unidos se tornaram formais, e a escolha de apoiar Maduro pode prejudicar o entendimento comercial com os Estados Unidos e desviar a atenção da COP30. O autor ressalta que o Brasil perdeu espaço e prestígio no cenário global, e que a posição de liderança em questões ambientais não é tão incontestável hoje em dia, como demonstra a quantidade de líderes mundiais presentes na COP30, menor que na ECO92. A falta de infraestrutura em Belém e a ganância de especuladores também são fatores que influenciaram. A diferença entre os eventos está na autoridade do país anfitrião: antes, o mundo queria ouvir o Brasil; agora, o Brasil precisa se esforçar para ser ouvido. As propostas para enfrentar os problemas ambientais serão debatidas nas próximas semanas, e a adesão dos países ao Fundo de Florestas Tropicais Para Sempre (TFFF) será avaliada. O sucesso do fundo dependerá da credibilidade de quem o administra, e o Brasil precisa fazer as escolhas certas para assumir esse papel.

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