Guerra Tarifária? Indústria Automobilística Mexicana Teme Colapso com Novas Tarifas da China!

A indústria automobilística do México teme que as tarifas de importação chinesas propostas por Trump possam prejudicar o setor, dependente de peças chinesas.

A indústria automobilística mexicana, uma das maiores do mundo, está apreensiva com a possibilidade de as novas tarifas impostas pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, sobre produtos chineses, dificultarem o acesso a componentes cruciais. A preocupação central reside nas telas digitais de painel, essenciais para a navegação e entretenimento nos veículos, cujas peças são majoritariamente importadas da China. Com a crescente tensão comercial entre Washington e Pequim, o México enfrenta pressão para alinhar suas políticas com as dos Estados Unidos. O Congresso mexicano considera aumentar as tarifas sobre importações chinesas, uma medida que, segundo a presidente Claudia Sheinbaum, visa impulsionar a indústria nacional. Contudo, o México não produz a maioria dos componentes eletrônicos necessários para a montagem de carros, especialmente as telas de painel. A China é a principal fornecedora desses itens. Mesmo que alternativas fossem encontradas, o processo levaria tempo e os preços aumentariam no curto prazo, prejudicando um dos pilares da economia de exportação do país, conforme relataram fontes da indústria. A Aumovio, empresa com sede na Alemanha que monta displays de painel em Guadalajara, México, para montadoras como Ford, General Motors e Stellantis, expressou sua preocupação. Carlos Gomez, diretor de compras da Aumovio, explicou que a indústria automotiva mexicana depende significativamente de peças chinesas. A criação de uma cadeia de

suprimentos alternativa exigiria grandes investimentos em equipamentos e treinamento, levando anos para ser concretizada. Amapola Grijalva, da Câmara de Comércio México-China, alertou que o governo corre o risco de prejudicar a indústria automobilística, que prosperou com o acordo de livre comércio USMCA entre México, Estados Unidos e Canadá. Ela ressaltou a dificuldade de obter componentes como baterias e eletrônicos de outras fontes, uma vez que a China se tornou um fornecedor eficiente nesses setores. A administração Trump alega que produtores chineses estão abusando do USMCA para exportar produtos para os EUA sem tarifas através do México. A proposta de Sheinbaum de aumentar as tarifas sobre a China e outros países sem acordos de livre comércio foi interpretada por muitos como uma concessão aos Estados Unidos. Luis de la Calle, economista mexicano que participou das negociações do acordo comercial NAFTA, que precedeu o USMCA, afirmou que o aumento das tarifas proposto por Sheinbaum visava, em parte, proteger a indústria nacional. O déficit comercial do México com a China atingiu um recorde de quase US$ 120 bilhões no ano passado. A Kold Roll, fabricante de barras de aço usadas em carros e outros produtos, pode ser uma das empresas beneficiadas. Eric Gonzalez, gerente geral da empresa, vê a situação como uma oportunidade. Em 2023, o México ultrapassou a China como o maior parceiro comercial dos Estados Unidos, que compram mais de 80% de suas exportações. Anualmente, o México envia quase 3 milhões de veículos para os EUA, incluindo carros e caminhões montados em seu território por empresas americanas.

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