O funk, nascido da rebeldia pós-ditadura, ainda enfrenta resistência do poder público, especialmente no que diz respeito às letras e aos bailes nas periferias. A pedagoga Renata Prado, diretora da Frente Nacional de Mulheres do Funk, aponta que o questionamento é constante. Ela é uma das testemunhas da Comissão Parlamentar de Inquérito dos Pancadões, em andamento na Câmara Municipal de São Paulo, e também curadora da exposição "Funk: Um Grito de Ousadia e Liberdade", em cartaz no Museu da Língua Portuguesa a partir de 15 de abril. Enquanto a CPI criminaliza o funk, o museu busca desconstruir estigmas. O gênero, originário dos Estados Unidos, chegou ao Brasil nos anos 1960, nos bailes de black music, mas ganhou força nos anos 1990. A exposição, que já esteve no Museu de Arte do Rio, explora a evolução do funk. Na versão paulista, são incluídas referências do funk em São Paulo, com quase 500 itens, entre vídeos, fotos, pinturas, esculturas e instalações. Renata Prado destaca que a exposição visa conscientizar sobre o funk: "É preciso que as pessoas entendam essa cultura". O funk paulista se destaca pela influência do hip-hop e por ter florescido na Baixada Santista, e não na capital. A exposição traça essa trajetória em sete espaços e uma linha do tempo, relembrando momentos marcantes da história do funk, incluindo a repressão e perseguição. Na entrada, uma obra de 1,5 metro de um tênis Mizuno, símbolo do funk paulista, feita de papelão
Funk em Foco: A Exposição que Desmistifica um Gênero Controverso
Do estigma à celebração: exposição no Museu da Língua Portuguesa explora a história e a cultura do funk, confrontando preconceitos e celebrando sua ousadia.
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