Estudantes Ganeses no Reino Unido em Risco de Deportação: Taxas Não Pagas e 48 Meses de Atraso em Bolsas

Estudantes de doutorado ganeses patrocinados pelo governo enfrentam deportação e exclusão acadêmica devido a taxas escolares e bolsas em atraso por até quatro anos. A situação chegou ao limite.

Estudantes de doutorado ganeses patrocinados pelo governo no Reino Unido estão sob a ameaça iminente de deportação e exclusão de seus programas acadêmicos, devido ao não pagamento de taxas escolares e atrasos no recebimento de bolsas, que em alguns casos já somam até 48 meses. Em um comunicado à imprensa divulgado na quinta-feira, 9 de novembro, os representantes dos estudantes de doutorado ganeses no Reino Unido revelaram que a situação atingiu um ponto crítico, com pelo menos dez alunos já tendo sido excluídos ou desistido de suas universidades. "Cerca de 10 de nossos membros estão atualmente excluídos ou desistiram de seus estudos devido à falta de pagamento das taxas escolares e aguardam uma possível notificação do Home Office para sua deportação", diz o comunicado. Os alunos informaram que os atrasos financeiros têm prejudicado sua capacidade de estudar e viver dignamente. "Vários de nossos colegas foram despejados de suas casas, enquanto alguns enfrentam ações judiciais por não pagar vários meses de aluguel", lamentaram. O grupo afirmou que muitos de seus membros ficaram meses — e em alguns casos anos — sem receber bolsas, que variam entre £1.023 e £1.200 por mês. "Alguns de nossos membros estão com até 48 meses de bolsas em atraso. Isso significa que, para alguns, eles não receberam nenhum pagamento do governo ganês desde o início de seus programas de doutorado." Atualmente, cerca de 110 alunos patrocinados pelo Ghana Scholarships

Secretariat (GSS) estão matriculados em programas de doutorado em universidades do Reino Unido. O grupo disse que a crise vai além dos atrasos nas taxas escolares, pois "36 de nossos membros precisam urgentemente de cartas de renovação, sem solução à vista". Sem essas cartas de renovação, os alunos não podem se reinscrever ou continuar suas pesquisas. O comunicado também descreveu como o não pagamento das taxas escolares levou a sérios desafios acadêmicos e de imigração. "Alguns terminaram seus cursos, mas não podem se formar. Aqueles que conseguiram comparecer às suas formaturas não têm certificado devido às taxas escolares pendentes", disseram os alunos. Outros que viajaram para Gana para coleta de dados teriam sido impedidos de retornar ao Reino Unido "devido às taxas escolares pendentes devidas às universidades e também à notificação do Home Office sobre questões de deportação contra seus perfis". Os acadêmicos observaram que, embora o GSS tenha feito "esforços recentes" para liquidar os pagamentos de alguns alunos, esses esforços continuam "totalmente inadequados". Seus dados mostram que "um número estimado de 30 alunos não teve absolutamente nenhum pagamento feito para suas taxas escolares de 2024/25", e as universidades impediram vários de se reinscrever ou acessar seus portais de alunos. O grupo estima que pelo menos £400.000 são necessários para sustentar seus estudos para o ano letivo de 2025/26. Eles também chamaram a atenção para a falta de transparência e as falhas administrativas na gestão do programa de bolsas. "Reconhecemos os desafios que a atual administração do GSS e o governo enfrentam, decorrentes da administração ad hoc das bolsas pela administração anterior. No entanto, acreditamos firmemente que os alunos não devem sofrer as consequências dos erros administrativos e indiscrições cometidas por funcionários públicos." Os acadêmicos enfatizaram que, apesar de suas frustrações, reconhecem os esforços mais amplos do governo para reformar o sistema de bolsas. "Observamos com confiança os esforços empregados pelo governo para reformar o programa de bolsas para garantir a transparência e a justiça nas concessões", disseram. "Nosso grupo inclui indivíduos de todas as origens, incluindo cidadãos notáveis que podem não ser afiliados a nenhum dos principais partidos políticos de Gana." Apelando diretamente ao novo Alto Comissário do Reino Unido e ao Presidente John Dramani Mahama, os alunos pediram uma intervenção urgente. "Apelamos, portanto, ao Alto Comissário do Reino Unido e ao Presidente John Dramani Mahama para que, com urgência e prioridade, ajudem a garantir uma resolução imediata e a correção dos problemas, como foi feito em relação a outras responsabilidades estatutárias que ele herdou da administração anterior." O comunicado encerrou com uma nota de esperança, expressando fé de que sua situação não passará despercebida: "Esperamos e acreditamos que receberemos feedback positivo, sabendo que esses assuntos estão em seus corações."

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