Escândalo Explosivo: Fábrica Clandestina de Armas Ligada a Preso Domiciliar e Importação dos EUA Choca o Brasil!

(TJ-RJ) condenou-o a 13 anos de prisão, mas ele recorreu da decisão. As investigações prosseguiram, levando a corporação à fábrica em Santa Bárbara d’Oeste. As apurações indicaram que Silas também estava à frente desta operação, mas de forma discreta. Ele nunca esteve no local nem revelou sua identidade aos responsáveis pela fábrica clandestina. Investigados relataram à PF que o responsável por injetar recursos na fábrica se apresentava como Mikhail, mas na verdade era Silas, que utilizava diferentes números de telefone, um deles registrado nos EUA. Marcely Ávila Machado, mulher de Silas, agia de forma semelhante, usando o nome de Vitória para se comunicar com os envolvidos. Segundo o MPF, ela controlava as finanças da indústria clandestina em Santa Bárbara d’Oeste e participava de operações de lavagem de dinheiro. A Folha tentou contato com o advogado Handerson Murtha, que defende Silas e sua esposa, por meio de mensagens e telefone durante três dias, mas não obteve resposta. A empresa em Santa Bárbara d’Oeste, registrada sob o nome de KondorFly, possuía um CNPJ destinado à produção de peças aeronáuticas e estava em nome de Gabriel Belchior, apontado pela PF como a ligação do esquema bélico clandestino nos Estados Unidos. Belchior está foragido. A PF identificou dois endereços ligados a Belchior nos EUA: um em Kansas City, capital do estado homônimo, e outro na Flórida. De acordo com as investigações, peças de fuzis compradas da fabricante HK eram enviadas para esses locais e, posteriormente, para o Brasil. Embora a denúncia não detalhe como as peças chegavam ao Brasil, o MPF afirma que Janderson Ribeiro era o responsável por recebê-las. Ribeiro ainda não constituiu defesa na ação penal. Os advogados que o representaram em sua prisão no interior paulista informaram à Folha que não atuam mais no caso. O galpão em Santa Bárbara d'Oeste continha um amplo parque fabril com máquinas de usinagem, projetadas para a fabricação e finalização de materiais como alumínio e aço. A PF apreendeu arquivos com modelos de armas e dezenas de peças em 3D. Um dos arquivos se chamava "pcc-9-upper-1.snapshot.1.zip". A sigla PCC, inicialmente, chamou a atenção da PF devido à semelhança com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital, mas tratava-se de "Pistol Caliber Carbine", uma adaptação para que pistolas semiautomáticas funcionassem como submetralhadoras. Após a montagem, as armas eram enviadas para uma casa em Americana, que, segundo a Polícia Federal, funcionava como um bunker para a organização criminosa. No local, foram apreendidos mais de 30 protótipos de fuzis e 45 caixas com peças para fabricação de armamento. A PF informou que o principal destino do material bélico encontrado eram comunidades do Rio de Janeiro, para onde as armas eram transportadas em jatinhos particulares alugados por Belchior, apontado como líder do esquema. A partir de dados de geolocalização, a corporação afirma que as entregas foram realizadas nos complexos do Alemão e da Maré, áreas majoritariamente dominadas pelo Comando Vermelho.