Quando Gabriel Boric assumiu a presidência do Chile em 2022, a vitória foi celebrada como o início de uma nova era na história política do país. O líder de esquerda, então com 36 anos, chegou ao poder em meio a protestos por questões de custo de vida e prometeu reescrever a Constituição chilena, criada durante a ditadura de Augusto Pinochet. No entanto, após tentativas fracassadas de substituir a antiga constituição, o Chile está à beira de uma mudança significativa. Boric está limitado a um mandato, e a direita política enxerga uma oportunidade de retornar ao poder, especialmente com o aumento das preocupações com criminalidade e imigração. O primeiro turno da eleição presidencial de 2025 está marcado para 16 de novembro. A disputa provavelmente irá para o segundo turno, com Jeannette Jara, candidata da coalizão de Boric, liderando um campo de rivais conservadores. A base fragmentada da direita, no entanto, pode se consolidar para o segundo turno. Quem são os principais candidatos? Quais são os temas centrais? E o que as pesquisas indicam sobre o primeiro turno? As respostas para essas e outras perguntas estão neste artigo. A eleição terá o primeiro turno em 16 de novembro, sendo necessário 50% dos votos para vencer. Caso nenhum candidato atinja essa porcentagem, o segundo turno ocorrerá em 14 de dezembro. A votação de 16 de novembro será crucial para definir a composição do legislativo, com todas as 155 cadeiras da Câmara dos Deputados
e 23 das 50 cadeiras do Senado em disputa. O voto será obrigatório, algo que não acontecia em eleições presidenciais desde 2012, o que pode aumentar a participação. Nas eleições de 2021, cerca de 47% dos eleitores participaram, enquanto em referendos constitucionais essa taxa ultrapassou 80%. Em 2024, havia 15.450.377 eleitores registrados, segundo o órgão eleitoral. Boric não pode concorrer à reeleição, e sua coalizão, Unidade para o Chile, aposta em Jeannette Jara, de 51 anos. Jara venceu as primárias de junho com 60% dos votos. Como ministra do Trabalho, ela liderou a redução da jornada de trabalho de 45 para 40 horas semanais. Sua campanha foca em acessibilidade, prometendo aumentar o salário mínimo e tornar a moradia mais acessível. Sua candidatura é histórica, em parte por sua origem humilde e por representar o Partido Comunista, que não tinha tanto apoio desde o retorno à democracia. Jara busca projetar estabilidade e experiência. Ela também apresentou um plano de segurança pública que visa treinar mais policiais e expandir o sistema prisional. Enquanto a coalizão de esquerda realizou primárias, os partidos de centro-direita e extrema-direita não o fizeram, resultando em vários candidatos na disputa presidencial. José Antonio Kast, ex-deputado de 59 anos, é o principal nome da direita, representando o Partido Republicano. Kast perdeu para Boric em 2021, mas desta vez, a expectativa é que ele tenha um bom desempenho, especialmente se chegar ao segundo turno. Lá, ele deve consolidar o apoio de outros candidatos de direita. Em sua campanha, Kast tem apresentado uma visão linha-dura sobre criminalidade e imigração, inspirada no líder de El Salvador, Nayib Bukele. Ele prometeu deportações em massa, cortes de gastos públicos e incentivos para empresas investirem no Chile. Kast também expressou apoio à ditadura de Pinochet. Outro candidato de direita é Johannes Kaiser, ex-YouTuber de 49 anos e membro da Câmara dos Deputados, pelo Partido Libertário Nacional. Kaiser promete reformas pró-mercado mais profundas que Kast, além do fim da participação do Chile em acordos internacionais sobre mudanças climáticas e direitos humanos. Ele também defende posições de direita sobre segurança pública, como pena de morte e maior acesso a armas. Outros candidatos incluem Franco Parisi, ex-apresentador de rádio e economista independente, e Evelyn Matthei, política de centro-direita. Segundo pesquisas da Americas Society/Council of the Americas (AS/COA), Jeannette Jara lidera a corrida, com cerca de 25% das intenções de voto. Kast, o candidato de extrema-direita, é o segundo, com cerca de 20%. Kaiser e Parisi têm um leve aumento no apoio, com entre 10% e 14%. Matthei tem uma pequena queda, mas está na mesma faixa, entre 11% e 14%. Os principais temas em debate são criminalidade e imigração, de acordo com uma pesquisa de outubro da Activa. O desemprego e a saúde também preocupam. O Chile é relativamente seguro, mas o aumento da criminalidade tem preocupado os eleitores. Candidatos como Kast prometem uma abordagem linha-dura, enquanto Jara, embora criticando, também tem sido pressionada a adotar uma postura mais firme sobre o tema. A imigração também gera debate, com aumento de imigrantes e solicitantes de asilo. Uma pesquisa apontou um aumento de 46,8% na migração entre 2018 e 2024. O desaquecimento econômico, com taxa de desemprego de 9%, também é um fator importante na eleição.
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Esta matéria foi adaptada e reescrita pela equipe editorial do TudoAquiUSA
com base em reportagem publicada em
Guyanainquirer
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