Do Rio a Salvador: Como o Desfile de Ivete Sangalo Inspirou a Criação da Escola de Samba Diamante Negro

de Samba em Maquete, que reproduzia os desfiles dos sambódromos em menor escala, com regras de um concurso de escolas de samba. Para dar vida à ideia, foi preciso coragem e o apoio da Filhos da Feira, a segunda escola entrevistada pelo Bahia Notícias no especial 'Samba que existe e resiste'. Matheus reuniu os amigos da rua para formar uma bateria, inicialmente usando as camisas do time de futebol de seu pai. A situação, porém, gerou incômodo aos vizinhos. A virada veio com o contato com a Filhos da Feira, que ele considera sua madrinha. Com a ajuda do avô, que cedeu um espaço na comunidade, Matheus começou a mobilizar os jovens da rua, dando origem à G.R.E.S Diamante Negro, fundada oficialmente em 2018. Mesmo com o apoio do pai, Matheus precisou convencer o avô da importância do projeto. As primeiras apresentações aconteceram no bairro, e ele precisou mostrar ao avô que a escola de samba ia além de uma brincadeira. Bruna Fernandes, presidente de honra, foi fundamental nesse processo. A escola, caçula da nova geração de Salvador, enfrentou desafios ao perceber como o cenário era difícil para as escolas na capital baiana. Apesar disso, no primeiro ano de desfile, conseguiu colocar um carro alegórico na rua. Avani de Almeida, da Filhos da Feira, colaborou com documentos para oficializar a escola, mas a Diamante Negro ficou quase um ano sem atividades. Esse período permitiu que Matheus se aproximasse da Filhos da Feira e retomasse o sonho. Atualmente, Matheus divide a liderança da Diamante Negro com Deise, também integrante da Filhos da Feira. A escola conta com cerca de 60 pessoas envolvidas nos desfiles, que acontecem no bairro do Novo Marotinho. Matheus acredita que o tema do Carnaval de Salvador em 2026 ser o samba não trará grande visibilidade às escolas, devido ao espaço comercial dos blocos de camisa. Quanto ao sambódromo, Matheus considera a ideia interessante, mas ressalta a necessidade de incentivo à arte e apoio às escolas. Ele acredita que a criação do espaço pode despertar o interesse pela área e gerar novas escolas de samba, além de aproximar a comunidade. Matheus, após seis anos, continua sendo o menino que transformou um sonho em realidade, incentivando a nova geração a investir na área.