Desespero na Argentina: Argentinos Vendem Tudo Para Sobreviver à Crise Econômica

A feira de Villa Fiorito, bairro onde nasceu Diego Maradona, na Argentina, cresce a cada dia. Moradores vendem seus pertences para sobreviver à crise econômica, que se intensifica às vésperas das eleições legislativas. Em uma manhã ensolarada, vendedores oferecem produtos em mais de 20 quarteirões, incluindo os "manteros", que expõem itens pessoais, achados no lixo ou mercadorias novas. Gladys Gutiérrez, de 46 anos, vende roupas e perfumes para complementar a renda. O presidente Javier Milei conseguiu reduzir a inflação, mas com cortes em obras públicas e retração no comércio. A informalidade atinge quase 40% da população economicamente ativa, e muitos acumulam empregos. Uma pesquisa da consultoria Aresco revela que três em cada quatro pessoas acham mais difícil fechar o mês do que em 2023. Na feira, a mistura de aromas de assados e lixo é comum, enquanto vendedores ambulantes oferecem diversos produtos. O economista Guillermo Oliveto relata que 70% da população, formada pela classe média baixa e trabalhadora, chega ao fim do mês sem dinheiro. Juana Sena, feirante de 71 anos, compara a situação à crise de 2001. Javier Milei teve 27% dos votos no segundo turno presidencial em Fiorito, mas menos de 16% nas legislativas provinciais. O cientista político Matías Mora observa que a venda informal e o pluriemprego não começaram com Milei, mas a gestão atual "aprofundou e agravou" esse cenário. Mora também destaca o endividamento da população, com