A safra de pêssegos em Jarinu, São Paulo, começou com surpresas e desafios neste ano de 2025. As condições climáticas adversas, incluindo altas temperaturas e alterações no clima, provocaram uma inversão na ordem de amadurecimento das frutas e impactaram seu tamanho. A colheita do tipo campai, que normalmente amadurece após o tropic beauty, ocorreu antes, um fenômeno ligado ao estresse das plantas, conforme explica a engenheira agrônoma Sofia Santana Mortali. Esse estresse é resultado das variações climáticas desde a floração de 2024, que foi desuniforme. As altas temperaturas registradas entre maio e junho, período crucial para a maturação das gemas, prejudicaram o desenvolvimento dos pessegueiros, interferindo no crescimento dos frutos e causando diferenças de tamanho entre eles. A diminuição do calibre dos pêssegos afeta negativamente o preço de venda no mercado, gerando prejuízos para os produtores. Em outra área de Jarinu, o produtor Eduardo Mingotti, após três décadas cultivando morangos, decidiu investir nos pêssegos devido às mudanças climáticas e à falta de mão de obra. Com três hectares de pomar, ele busca equilibrar a produção com adubação adequada, utilizando potássio e cálcio, e cuidados com a irrigação. Apesar dos desafios, Eduardo está otimista e espera colher cerca de 15 toneladas por hectare, vendendo o quilo da fruta por R$ 15 em média.