Chega Ameaça: Lei da Nacionalidade em Risco se PSD Ceder?

André Ventura avisa que o Chega votará contra a lei da nacionalidade se o PSD não aceitar suas exigências, incluindo perda de nacionalidade para criminosos.

O líder do Chega, André Ventura, alertou hoje que o partido votará contra a lei da nacionalidade caso o PSD não aceda às suas condições. Entre elas, destaca-se a perda automática da nacionalidade para indivíduos que cometam crimes graves. "Se não houver acordo nesses pontos cruciais, o Chega não apoiará a lei da nacionalidade", afirmou Ventura. Em uma coletiva de imprensa na sede do partido, em Lisboa, Ventura reiterou as exigências do Chega. Estas incluem a previsão da perda automática da nacionalidade para criminosos, a exclusão de dependência de apoios sociais para quem solicita a nacionalidade e a impossibilidade de recuperação da nacionalidade obtida de forma fraudulenta. Ventura indicou que as negociações prosseguirão hoje à noite e manifestou esperança em uma possível conciliação, argumentando que o Chega já aceitou "muita coisa" e que há margem para negociação, apelando à "boa vontade" dos partidos que sustentam o Governo. Ventura também ressaltou que não abrirá mão dessas exigências e levará a proposta do Chega "à votação, a menos que o PSD ceda em algo". "Sei que houve uma aproximação entre PSD e PS para contornar essas exigências do Chega. Meus senhores, façam como entenderem, há questões que para nós são decisivas", salientou, defendendo que não faz "birras políticas" e que a questão é de "valores". André Ventura mencionou que o PSD entendeu que as exigências do Chega para a legislação sobre a Lei da Nacionalidade

eram excessivas e, em alguns casos, poderiam ser inconstitucionais. Ele criticou o PSD por ter iniciado a lei com um determinado propósito e, durante o processo, aproximar-se do Partido Socialista, "esquecendo as bandeiras" que lhe garantiram votos nas eleições legislativas, acusando o PSD de não cumprir o compromisso com os eleitores e de "trair o seu eleitorado". O líder do Chega também mencionou que o PSD inicialmente assumiu uma posição favorável à convergência de valores em questões essenciais como sanções, obtenção fraudulenta da nacionalidade e apoios sociais, mas mudou de opinião. As votações na especialidade da proposta de revisão da lei da nacionalidade foram novamente adiadas, pela terceira vez, e estão previstas para sexta-feira. Questionado sobre o Orçamento do Estado para 2026, cuja discussão na generalidade começa na segunda-feira, Ventura reiterou que não aceitará medidas que elevem o preço dos combustíveis e aguarda que o Governo demonstre abertura para decidir o sentido de voto do Chega. "O Governo ainda pode, até o debate do orçamento, dizer que na especialidade vai fazer essa alteração", declarou. Durante a conferência de imprensa, foi também questionado sobre a saída do vereador eleito pelo Chega para a Câmara de Mirandela, Luís Saraiva, que anunciou a sua desfiliação do partido e a sua posse como independente. "Ainda hoje houve contactos entre nós e esse vereador, é uma notícia falsa", afirmou André Ventura.

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