Barbara Brown, com 83 anos, relembra a aula de ioga que ministrou em um asilo, onde observou uma mulher que raramente se movia participar ativamente. A admiração tomou conta dela ao ver o impacto positivo. Brown, ex-contadora, ensina seus colegas, muitos com problemas de saúde, e encontra satisfação em ajudar, sentindo-se mais viva e focada no presente. Aos 80 anos, ela se sente sortuda por ser ativa.
Nos EUA, quase 550.000 americanos com 80 anos ou mais continuam trabalhando em funções que melhoram a vida de seus semelhantes. Mais de 12.500 atuam como assistentes de cuidados pessoais, segundo análise do Business Insider com dados do Censo. Outras profissões comuns incluem fisioterapeutas, enfermeiros, motoristas para instituições médicas e trabalhos sem fins lucrativos voltados para idosos. Alguns atuam na educação de idosos, ensinando inteligência artificial ou liderando eventos comunitários.
A série "80 over 80" do Business Insider entrevistou trabalhadores com mais de 80 anos, abordando carreiras, planejamento de aposentadoria, despesas, saúde e lições de vida. Muitos relatam que encontram um propósito em ajudar seus pares a ter vidas mais plenas, enquanto outros buscam estabilidade financeira, vendo nessas funções uma oportunidade em um mercado de trabalho que, muitas vezes, discrimina os mais velhos. Esses empregos, embora nem sempre bem remunerados e fisicamente exigentes, oferecem um importante suporte.
Com o envelhecimento da população, os
EUA enfrentam uma escassez de profissionais para cuidar dos idosos. Bradley Schurman, estrategista demográfico, destaca que as mudanças demográficas aumentaram a necessidade de cuidadores, especialmente em áreas rurais. Seth Sternberg, CEO da Honor, ressalta a urgência de encontrar soluções para que as pessoas possam envelhecer em casa, diante da alta ocupação em casas de repouso e da crescente necessidade de cuidadores, um cenário que exige o envolvimento de empresas e organizações sem fins lucrativos.
Barbara Ford, 83 anos, trabalhou por três décadas em enfermagem e cuidados paliativos, auxiliando pessoas da sua idade em seus últimos momentos. Ao enfrentar problemas de saúde, mudou para uma agência de saúde, focando em tarefas administrativas. Seu marido, 87 anos, recentemente se aposentou. Ford enfatiza a importância da ajuda mútua e o retorno que se recebe ao ajudar os outros. A renda extra ajuda nas despesas, e ela não se arrepende de suas escolhas financeiras.
Trabalhadores na casa dos 80 anos buscam oportunidades na área da saúde, atraídos por salários mais altos. Alguns relatam que as recompensas superam os riscos, mesmo com os desafios físicos. Profissionais financeiramente pressionados consideram funções de cuidador, baseados em suas experiências. Lakelyn Eichenberger, gerontóloga, sugere que as organizações busquem a melhor combinação entre cuidadores e pacientes, considerando habilidades e horários.
Betty June Harp, 91 anos, cuidou de idosos em Louisville, Kentucky, preparando refeições, auxiliando na higiene e no vestuário, e acompanhando-os até o fim da vida. Após uma longa trajetória, ela se tornou cuidadora em 2021, motivada principalmente pela satisfação de ajudar, e recentemente se mudou para uma comunidade cristã, mantendo sua atuação como organista na igreja.
Charles Smith, 87 anos, após uma lesão na medula espinhal, enfrentou dificuldades para encontrar emprego. Em 2023, conseguiu um emprego de tempo integral no Escritório de Envelhecimento do Condado de Lancaster, Pensilvânia, realizando trabalho administrativo. Ele relata que o trabalho é gratificante e alivia o estresse financeiro.
Ardith Weber, 84 anos, trabalha em tempo parcial, informando idosos sobre o Medicare e auxiliando em uma organização de combate à pobreza. Ela encontrou emprego por meio do Programa de Emprego de Serviço Comunitário para Idosos, após enfrentar custos inesperados com a reforma da casa. Ela enfatiza a importância de estar perto de pessoas para sua saúde mental.
Outros idosos encontram empregos em áreas indiretas, como um homem que administra uma empresa de capital de risco que investe em empresas focadas no envelhecimento saudável. Mike Plummer, 81 anos, e sua esposa, 74 anos, trabalham por prazer e para promover o envelhecimento saudável. Plummer, que trabalha na REI, observa que os trabalhadores mais velhos relatam maior satisfação no trabalho. Ele busca educar seus colegas sobre envelhecimento saudável.
Ken Stern, fundador do Longevity Project, sugere que os EUA se inspirem em países como Japão e Coreia do Sul, que oferecem caminhos de carreira alternativos para trabalhadores mais velhos. Mel Lange, 81 anos, trabalha como motorista, transportando idosos de baixa renda para consultas médicas, e relata que adora conversar com as pessoas e ter uma boa reputação. Agnes Applegate colaborou com a reportagem.
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Esta matéria foi adaptada e reescrita pela equipe editorial do TudoAquiUSA
com base em reportagem publicada em
Businessinsider
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