Alerta! Alta miopia explode no Brasil: Veja como a OMS revela a crise na saúde ocular e o que você precisa saber

OMS revela dados alarmantes sobre o aumento da alta miopia no Brasil. Saiba como a cirurgia com implante de lente pode ser a solução e os cuidados essenciais para proteger sua visão.

Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) acende um sinal de alerta sobre a saúde ocular dos brasileiros, revelando um aumento preocupante nos casos de miopia e, principalmente, de alta miopia. A pesquisa aponta um crescimento de 54% nos casos de alta miopia no país ao longo desta década. Em 2020, o Brasil contabilizava 6,68 milhões de pessoas com alta miopia, definida como seis ou mais dioptrias. A projeção da OMS para 2030 é de que esse número atinja 9,514 milhões. Para o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, diretor executivo do Instituto Penido Burnier de Campinas, essa pesquisa evidencia que o estilo de vida atual no Brasil é um fator determinante para o aumento da alta miopia, superando a influência da hereditariedade. A projeção da OMS também indica um aumento de 36,6% nos casos de miopia leve e moderada no mesmo período, passando de 60,5 milhões para 83 milhões. A boa notícia é que a alta miopia pode ser corrigida por meio do implante de ICL, uma microlente fácica que corrige a miopia sem a necessidade de remover o cristalino ou desgastar a córnea. Queiroz Neto, pioneiro dessa técnica cirúrgica no Brasil, relata que realiza o procedimento desde 1995. Ele destaca a evolução das lentes fácicas, que hoje são produzidas com material biocompatível, permitindo ajustes precisos, resultando em melhor refração e sendo reversíveis. O acompanhamento das inovações requer constante atualização, pontua o especialista. A última atualização

de Queiroz Neto nessa técnica cirúrgica foi uma imersão em Mendoza, Argentina, com Roberto Zaldivar, um dos 100 oftalmologistas mais renomados do mundo. O oftalmologista afirma que o aumento da alta miopia está impulsionando a procura pela cirurgia. Esse foi o caso de Lucas Estevam, um influenciador que se submeteu à cirurgia com Queiroz Neto e eliminou 12 graus de miopia, após anos em busca de uma solução. “Foi uma das minhas melhores decisões”, afirma Estevam. A cirurgia, que dura cerca de 20 minutos, é realizada com um intervalo de uma semana entre os olhos. O procedimento começa com a aplicação de colírio anestésico e sedação leve para relaxar o paciente. O cirurgião faz uma pequena incisão na córnea e insere a ICL, que é fixada entre a íris e o cristalino. O procedimento preserva a integridade do olho, evitando o olho seco e proporcionando uma recuperação rápida. No mesmo dia, o paciente recebe alta e retorna no dia seguinte para a remoção do curativo. A ICL é indicada para pessoas com miopia entre 6 e 16 dioptrias e até 4 de astigmatismo, com idade entre 21 e 45 anos, estabilidade do grau há pelo menos um ano, ausência de olho seco, diâmetro da pupila de até 7 mm e que não tenham realizado cirurgia refrativa a laser ou outros procedimentos cirúrgicos nos olhos. A cirurgia é contraindicada para gestantes, mulheres em período de lactação, pacientes com sinais de maculopatia miópica ou degeneração macular, portadores de glaucoma ou outras condições no nervo óptico, baixa densidade de células na córnea e espaço raso entre a íris e o cristalino. No pós-operatório, que é indolor, o paciente deve evitar coçar ou esfregar os olhos e atividades físicas intensas. É fundamental seguir rigorosamente o uso dos colírios prescritos para evitar complicações. Queiroz Neto explica que a miopia não tem cura, apenas correção. O especialista alerta que o alongamento do olho, característico da alta miopia, pode levar a glaucoma, estiramento da retina e predisposição à maculopatia miópica, descolamento ou rasgo da retina. Sinais como flashes de luz, visão de pontos pretos e muitas moscas volantes exigem atenção oftalmológica imediata para evitar a perda da visão. O glaucoma, que não apresenta sinais, aumenta o risco de catarata precoce. Por isso, consultas oftalmológicas regulares são essenciais para prevenir a perda da visão, mesmo que a visão esteja boa, finaliza o médico.

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