Acordo Desfeito! Stellantis Cancela Contrato Milionário com a Alliance Nickel e Preocupa o Mercado

A Stellantis, gigante automotiva global, encerra acordo de compra com a Alliance Nickel para mina de níquel-cobalto de US$ 1,65 bilhão, gerando incertezas no setor.

A montadora global Stellantis retirou-se de um acordo de compra com a Alliance Nickel, empresa que planeja desenvolver uma mina de níquel-cobalto de US$ 1,65 bilhão na região de Goldfields, devido à queda nos preços do níquel, que dificulta o progresso do projeto. A Alliance Nickel informou ao mercado na sexta-feira que a Stellantis notificou a rescisão do contrato vinculativo em 3 de dezembro. A montadora assinou o acordo em maio de 2023, visando a aquisição de até 170.000 toneladas de sulfato de níquel e 12.000 toneladas de sulfato de cobalto do projeto NiWest, avaliado em US$ 1,65 bilhão, localizado a sudeste de Leonora, por um período inicial de cinco anos. A Stellantis, proprietária de marcas como Peugeot, Jeep, Chrysler e Maserati, também detinha uma participação de 11,5% na Alliance, no valor de US$ 15 milhões. A Alliance afirmou que a rescisão do acordo ocorreu devido ao não cumprimento de "certas datas contratuais importantes, tornando o acordo existente inoperante". A empresa atribuiu isso principalmente às "condições desafiadoras do mercado de níquel e às restrições de financiamento do projeto". No entanto, a Alliance declarou que a Stellantis manifestou interesse contínuo no projeto NiWest e indicou sua disposição em renegociar os termos do acordo, de modo a refletir melhor o cronograma de desenvolvimento revisado e as condições atuais do mercado. A Alliance ressaltou que o mercado de níquel enfrentou pressão de preços nos últimos

dois anos, impactando o ambiente de financiamento para novos projetos de níquel em todo o mundo. A empresa está explorando ativamente alternativas estratégicas, incluindo uma possível transação com uma empresa de aquisição de propósito específico (SPAC), que poderia resultar em uma listagem na bolsa de valores Nasdaq, em Nova York. Ao anunciar a decisão na semana passada, a Alliance afirmou que a listagem na Nasdaq proporcionaria acesso aos mercados de ações e capitais dos EUA, onde as empresas de minerais críticos desfrutam de avaliações significativamente mais altas do que nos mercados australianos. Paul Kopejtka, diretor-gerente da Alliance, compreendeu a razão por trás da decisão da Stellantis e reconheceu que isso representa uma boa oportunidade para ambas as partes negociarem um novo acordo que reflita o cronograma revisado de desenvolvimento do projeto e a estratégia futura. Ele expressou confiança nas perspectivas positivas de longo prazo para o níquel e o cobalto. O projeto NiWest, que a Alliance descreveu como possuindo um dos recursos de laterita de níquel não desenvolvidos de maior qualidade na Austrália, com 93,4 milhões de toneladas a 1,04% para 971.000 toneladas de níquel contido, recebeu o status de projeto importante do governo federal em maio do ano passado. Um estudo de viabilidade definitivo divulgado em novembro do ano anterior estimou um custo de US$ 1,65 bilhão para desenvolver o projeto a 35 km ao sul de Leonora, próximo às operações da Murrin Murrin da Glencore, a única mina de níquel em operação na Austrália Ocidental, após a crise da indústria devido ao fornecimento de produto indonésio barato, que deprimiu os preços globais. O estudo indicou que NiWest poderia alcançar uma produção média de 20.000 toneladas por ano de sulfato de níquel e 1.600 toneladas por ano de sulfato de cobalto nos primeiros 12 anos de operação, com a mina projetada para ter uma vida útil de 35 anos. Isso geraria um fluxo de caixa livre pós-imposto não alavancado de US$ 6,1 bilhões e um lucro líquido pós-imposto de US$ 1,5 bilhão. O estudo estimou uma taxa interna de retorno de 17,6% após impostos, com um período de retorno de cinco anos a partir da primeira produção. O estudo também destacou que NiWest possui uma vantagem competitiva, estando posicionado no primeiro quartil de custos totais de manutenção em comparação com empresas nacionais e internacionais.

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